Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Uber ainda não recebeu notificação judicial e estranha nunca ter sido ouvida

O director-geral da Uber Portugal disse esta terça-feira que ainda não recebeu qualquer notificação judicial relativa à proibição de operar no país, tendo recebido a notícia com surpresa e sublinhando que a empresa nunca foi ouvida no processo.

28 de Abril de 2015 às 21:52
  • 1
  • ...

"Nós não recebemos qualquer notificação por parte dos tribunais, pelo que esta notícia, a confirmar-se, era surpreendente. Em Portugal operamos exclusivamente com parceiros licenciados e de acordo com a legislação em vigor, tanto em Lisboa, como no Porto. Até à data de hoje não recebemos absolutamente nada. Quando recebermos, aí sim, agiremos em conformidade, mas até lá não há muito que possamos fazer", declarou à agência Lusa Rui Bento, director-geral da Uber em Portugal.

 

O Tribunal Central de Lisboa aceitou a providência cautelar interposta pela Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) e proibiu os serviços da aplicação de transportes Uber em Portugal, anunciou hoje a associação.

 

Rui Bento considerou "bastante estranho" que esta decisão tenha sido tomada sem ouvir os representantes da Uber em Portugal. "Nem sabíamos que isto [a providência cautelar] estava em curso. Sabíamos o que a comunicação social veiculava, mas nunca fomos notificados, nunca fomos ouvidos, nunca foi solicitada a nossa presença ou algum testemunho da nossa parte", afirmou.

 

Rui Bento declarou ainda que o crescimento que a empresa tem registado em Portugal "indica que a Uber vem preencher uma lacuna e acrescentar algo às opções de mobilidade urbana".

 

Segundo um comunicado da ANTRAL, o tribunal decidiu "proibir, de imediato, a actividade da empresa Uber em Portugal", determinando que a aplicação electrónica de transportes, com sede em São Francisco (Estados Unidos da América) encerre imediatamente a sua página na Internet para território português.

 

A decisão judicial determina ainda que a empresa cesse "a actividade de transporte de passageiros em automóveis ligeiros por meio de aplicações destinadas a esse fim" e que termine "a angariação de meios e a execução de contratos de transporte de passageiros, sob a designação de Uber, ou de qualquer outra que seja denominada, para fins idênticos", adiantou a associação.

 

O tribunal decidiu ainda "o encerramento e proibição de qualquer aplicação 'app' ou de outro qualquer suporte ou sistema tecnológico ou informático, para prestar o serviço de passageiros, em Portugal", lê-se no comunicado.

 

No caso de não ser acatada a decisão judicial, o tribunal determinou uma "sanção pecuniária compulsória" no "valor diário de 10.000 euros".

 

A decisão judicial é passível de recurso, apesar de não ter efeito suspensivo da providência cautelar proferida, e a associação que representa os taxistas terá agora de entrar com uma acção principal contra a Uber, na qual vai "pedir indemnizações para o sector".

 

A aplicação móvel da Uber permite contratar um motorista privado inscrito no serviço, mas que não necessitam de licença como é exigida para os transportes públicos de passageiros.

 

A empresa foi criada em 2009, em São Francisco, Califórnia, nos Estados Unidos, para facilitar a mobilidade dos seus utilizadores e actualmente está presente em 140 cidades de cerca de 40 países.

Ver comentários
Saber mais Portugal Rui Bento Tribunal Central de Lisboa Associação Nacional de Transportadores Rodoviários ANTRAL Uber
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio