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Uber perde licença para operar em Londres

Uma das maiores cidades do mundo poderá deixar de ter o serviço da Uber a partir de Outubro. A culpa é da "falta de responsabilidade empresarial" da companhia.

Reuters
22 de Setembro de 2017 às 11:19
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O regulador dos transportes da cidade de Londres decidiu revogar a licença atribuída à Uber, que assim expira a 30 de Setembro e pode colocar em causa o serviço aos mais de 3,5 milhões de clientes da empresa em Londres, bem como aos cerca de 40 mil condutores.  

 

Num comunicado citado pela imprensa britânica, a Transport for London (TfL) justifica a decisão com a conduta da empresa que "demonstra falta de responsabilidade empresarial". 

A TfL afirma que tem como principal missão assegurar a segurança dos passageiros, sendo que os operadores de transporte "têm de cumprir a regulação de forma rigorosa e demonstrá-lo à TfL, de forma a continuarem a operar".

 

Tendo o regulador concluído que "não é adequado" a Uber continuar a ter uma licença. E explica porquê: "a abordagem da Uber e a sua conduta demonstram uma falta de responsabilidade empresarial numa série de factores que têm potenciais implicações na segurança pública".  

 
"Restringir a escolha dos consumidores"

A Uber já reagiu, revelando que vai contestar esta decisão nos tribunais. "A Transport for London e o Mayor [de Londres] cederam a um reduzido número de pessoas que querem restringir a escolha dos consumidores", refere o comunicado, revelando que "pretendemos desafiar imediatamente esta decisão nos tribunais". A empresa tem 21 dias para recorrer da decisão.  

"Os motoristas que viajam com a aplicação da Uber são licenciados pela Transport for London e passaram pelas mesmas certificações que os black cabs (táxis locais)", acrescenta a nota da Uber, assinada por Tom Elvidge, director-geral da empresa em Londres. "A Uber opera em mais de 600 cidades de todo o mundo, incluindo mais de 40 cidades no Reino Unido. Esta proibição revelaria ao mundo que Londres está longe de demonstrar abertura para receber empresas inovadoras que trazem maior escolha aos consumidores", acrescentou.

 

O mayor de Londres apoia a decisão. "Todas as empresas em Londres devem respeitar as regras e cumprir os padrões elevados que exigimos – em particular quando em causa está a segurança dos clientes", refere Sadiq Khan, acrescentando que "seria errado a TfL continuar a atribuir uma licença à Uber se tal representar uma ameaça para a segurança dos londrinos".  

 

A Uber tem enfrentado fortes críticas na capital britânica por parte dos sindicatos, de advogados e dos táxis, sobretudo devido às condições de trabalho que oferece aos condutores.

 

A contestação não se resume a Londres, sendo este mais um revés para a Uber, que já viu bloqueada a possibilidade de operar em várias partes do mundo, como a Dinamarca, Hungria e vários estados dos Estados Unidos.

 

A Uber tem vivido tempos tumultuosos, que conduziram mesmo à saída do CEO e fundador da companhia Travis Kalanick, devido sobretudo à forma como gere a empresa.

(Notícia actualizada pela última vez às 15:15)

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