A Carris e a Câmara Municipal de Lisboa estão a preparar a extensão do 15 a Santa Apolónia, uma das cinco linhas de eléctricos da capital. Um dos objectivos do prolongamento da linha, que configura uma extensão de uma rede inalterada há décadas, é aproveitar os turistas que vão fazer uso do novo terminal de cruzeiros. Ainda se estuda o projecto, mas o município aproveitou as obras em curso no Campo das Cebolas para avançar já com a instalação dos carris em parte do trajecto. Uma parte do investimento já tem valor: 3 milhões. 

"Trata-se de um projecto bastante interessante do ponto de vista da mobilidade, dado que poderá permitir a ligação directa do novo Terminal de Cruzeiros e da Estação de Santa Apolónia, à zona ribeirinha ocidental da cidade, a qual tem tido um aumento muito acentuado de procura, sobretudo de turistas, mas também de residentes locais e de pessoas que fazem transbordos em Belém e em Algés", assinala uma resposta da Carris ao Negócios. O novo terminal de cruzeiros tem data de conclusão de obras marcada para 2017, segundo o site oficial.

Apesar do interesse, a Carris admite que ainda faltam estudos para a concretização. "Teremos de aguardar pelas conclusões dos estudos que permitirão determinar a viabilidade deste projecto". Neste momento, o 15 faz a ligação entre Algés e Praça da Figueira, passando por Belém. A ideia é que faça a ligação da zona ribeirinha, ligando Algés e Santa Apolónia.

 
3 milhões

A transportadora, que agora é da responsabilidade da CML, não revela qual o investimento que terá de ser feito nesta empreitada. Até porque ainda se está a estudar "a eventual necessidade de reforço da frota de eléctricos, de forma a satisfazer a procura estimada". Sendo preciso, "o processo de aquisição de eléctricos também é bastante demorado". E não há montantes. 

O município liderado por Fernando Medina já tem números para a expansão da linha entre o Campo das Cebolas e Santa Apolónia. "O valor desta parte  - 3.000.000,00€ - inclui ainda a construção de uma subestação (energia eléctrica)", responde a assessoria de imprensa da CML. 
 

Sem estudos, com obras

"A concretização deste projecto está, assim, dependente dos estudos que estão a decorrer e da duração das obras de construção das infra-estruturas necessárias e terão de ser coordenadas/articuladas com outras obras já preconizadas pela CML", indica ainda a Carris.

A Câmara concretiza: "A chegada do elétrico a Santa Apolónia, está também dependente da execução da obra do Plano Geral de Drenagem de Lisboa - a ligação do grande túnel do sistema de drenagem". 

Por este motivo, não há ainda plano para quando os eléctricos da capital voltam a ir até à estação de comboios de Santa Apolónia. 
 

A notícia sobre o prolongamento foi dada pela empresa de estacionamento Emel, num comunicado em que anunciou condicionamentos de trânsito para os trabalhos de extensão no Campo das Cebolas. A empresa municipal é a responsável pelas obras de melhoria daquela área, pelo que fica, por isso, responsável pela requalificação do espaço envolvente. Assim, "fazia sentido em termos de gestão da obra", fazer logo a instalação da via e das cantanárias naquele espaço, segundo revelou a Emel.

Assim, haverá a expansão dos carris mas não no trajecto até Santa Apolónia. Ou seja, há colocação de parte da linha, mesmo que sem haver ainda confirmação de que a expansão avança. "As obras que estão a decorrer no Campo das Cebolas integram uma parte da extensão do elétrico 15 até Santa Apolónia", admite a CML. 

O 15 é uma das cinco linhas de eléctricos que se mantêm na capital há já várias décadas, que só foi alargada uma vez, nesse período, para a reabilitação da ligação entre o Largo do Camões e o Príncipe Real, igualmente para serviço turístico.