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Rodoviárias já falam em falhar salários e prestações à banca
As transportadoras de passageiros pedem medidas urgentes ao Governo, argumentando que estão em “iminente rutura e sério risco de incumprimento das suas obrigações”.
A Associação Rodoviária de Transportadores Pesados de Passageiros (ARP) alerta que as empresas do setor já estão numa "situação dramática", em "iminente rutura e sério risco de incumprimento das suas obrigações" devido aos efeitos da covid-19, pedindo a adoção de "medidas urgentes" ao Governo.
Descrevendo a "paralisação total dos autocarros" neste período, José Luís Carreira antecipa que esta situação "levará rapidamente ao incumprimento perante os seus trabalhadores e a banca, assim como a outros fornecedores essenciais à sua laboração".
Clarificar os requisitos para acesso aos apoios por parte das empresas ainda com "pouco histórico contabilístico-financeiro" foi um dos pedidos deixados na reunião com as tutelas da mobilidade e do turismo. Numa nota divulgada esta segunda-feira, 16 de março, a ARP lembra ainda que a maioria das empresas do setor são de cariz familiar e delas "dependem muitos postos de trabalho, que estão agora em causa".
Por outro lado, as empresas públicas de transportes, como a Carris (na zona de Lisboa) e a STCP (Grande Porto) avançaram com novas medidas para evitar a propagação do novo coronavírus. Entre as principais alterações está o fim da obrigatoriedade de validação do bilhete e as entradas e saídas passarem a ser efetuadas apenas pela porta traseira dos autocarros, que irão parar sempre em todas as paragens.
No setor ferroviário, a CP decidiu ajustar as condições de reembolso de bilhetes devido ao surto do novo coronavírus. Ao Negócios, fonte oficial da empresa afirmou que "dado o carácter excecional da situação", passou a oferecer "maior flexibilidade aos clientes que pretendam desistir da viagem de comboios Alfa Pendular, Intercidades, InterRegional, Regional e Turísticos".