O presidente da CP, Nuno Freitas, pediu à tutela para sair e vai deixar o cargo na próxima sexta-feira, 1 de outubro, avançou o jornal Público, que revela que o gestor entendeu tomar essa decisão, três meses antes de terminar o mandato, por considerar que já cumpriu os objetivos a que se propôs quando há dois anos o ministro das Infraestruturas o convenceu a assumir o cargo.

De acordo com um comunicado interno da empresa enviado aos trabalhadores, Nuno Freitas salienta que o seu compromisso "contemplava apenas um mandato".

"Concluído o trabalho a que me propus, solicitei a antecipação do fim desse mandato em três meses. Depois de expor pessoalmente a minha vontade e razões ao senhor ministro, obtive o seu acordo para antecipação da minha saída", explicou o gestor.

Nuno Freitas assumiu a presidência da CP em 2019, sucedendo a Carlos Gomes Nogueira, que estava em funções desde 2017.

O vice-presidente da CP Pedro Moreira assumirá agora a presidência da empresa, entrando também para o conselho de administração, segundo o Público, Joaquim Guerra, até à data chefe de gabinete de Nuno Freitas e presidente da Plataforma Ferroviária Portuguesa.

Ao jornal, Nuno Freitas queixou-se das dificuldades impostas pela burocracia na gestão pública "que acabam por dificultar o trabalho, impedindo que o mesmo se faça de forma eficiente e eficaz". Essas dificuldades só serão ultrapassadas, disse ainda, quando a CP sair do perímetro orçamental do Estado para poder ganhar flexibilidade na sua gestão, o que implica sanar a dívida histórica da empresa, que é superior a 2,1 mil milhões de euros.