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Oferta cresce quatro vezes menos que procura nos metros de Lisboa e Porto

A oferta de lugares nos metropolitanos cresceu 2,5% no terceiro trimestre ao passo que o número de passageiros aumentou 12%. Foram transportados 64,6 milhões de passageiros.

Bruno Simão/Negócios
06 de Dezembro de 2019 às 12:27
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Os novos passes com desconto nos transportes públicos das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto continuam a provocar um aumento da procura, segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira, 6 de dezembro, sobre a atividade dos transportes.

No total, o número de passageiros nos metros de Lisboa e do Porto foi de 64,6 milhões, registando-se um aumento homólogo de 12% no terceiro trimestre. Este crescimento representa uma aceleração face à subida do número de passageiros de 8,5% no segundo trimestre, período que contemplou o mês de abril, em que o PART (Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos) - que incluía a redução generalizada dos passes dos transportes públicos - começou a ser implementado.

Contudo, a oferta não está a crescer ao mesmo ritmo: pelo contrário, está a crescer quatro vezes menos. Conjugando o serviço metropolitano em Lisboa e no Porto, a oferta de lugares por km - mede a deslocação, na distância de um quilómetro, de um lugar - cresceu 2,5% no terceiro trimestre, em termos homólogos. A taxa de utilização, que relaciona o número de passageiros e o número de lugares por km, foi de 22,9% (mais 1,9 pontos percentuais).

No entanto, é de realçar que a oferta de lugares por km tinha crescido a um ritmo mais elevado antes da introdução do PART. Os dados do INE revelam que esse indicador aumentou 9% no primeiro trimestre, imediatamente antes das alterações nos passes, seguindo-se um crescimento homólogo de 1,9% no segundo trimestre.

Em termos de procura, o número de passageiros está a aumentar a um ritmo maior no metro Sul do Tejo onde se verificou uma variação de 38,4% para 3,9 milhões de passageiros no terceiro trimestre, "sob efeito do novo sistema tarifário de passes", nota o INE. 

No caso do Metro de Lisboa, o número de passageiros aumentou 8,2% para 43,6 milhões de passageiros, acelerando face ao crescimento de 6,5% no segundo trimestre. Mo Metro do Porto, o número de passageiros cresceu 17,5% para os 17 milhões.

O aumento da procura fez crescer a pressão para expandir a oferta. No Porto, o metro decidiu em junho passar a ter um total de 60 veículos a circular sem os lugares sentados perto das portas. No caso da capital, o metropolitano de Lisboa anunciou uma medida semelhante ao "criar um espaço multiusos em 30 carruagens" e aumentou a velocidade de andamento das carruagens.

O metro de Lisboa também recuperou várias carruagens que estavam paradas, segundo o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes - que tem recusado a existência de um "caos" nos transportes públicos -, e encomendou mais carruagens para 2023 dado que este é um processo que demora vários anos. Porém, os dados do primeiro trimestre da execução do investimento da empresa não eram animadores: apenas 8% do investimento previsto foi executado.
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