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Metro de Lisboa agrava prejuízos para 57,1 milhões em 2020

O número de passageiros transportados pelo Metropolitano da capital caiu para metade no primeiro ano da pandemia. As receitas da venda de passes e bilhetes diminuíram mais de 54 milhões de euros.

Metro de Lisboa
Mariline Alves
02 de Julho de 2021 às 11:24
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O Metropolitano de Lisboa registou em 2020 um resultado líquido negativo de 57,1 milhões de euros, superando as perdas de quase 16,9 milhões em 2019.


De acordo com o relatório e contas individuais divulgado esta sexta-feira, o número de passageiros transportados caiu para metade (50,7%) no ano da pandemia, recuando dos 183,8 milhões em 2019 para 90,6 milhões em 2020, em que estiveram em vigor restrições à circulação e limites à ocupação dos veículos.


No ano passado, a venda de passes diminuiu 46,5%, enquanto a venda de títulos ocasionais recuou 67%.  A receita de títulos ocasionais e passes de 2020 registou uma variação negativa, face a 2019, de 52%, representando um decréscimo de 54,1 milhões de euros, ficando-se pelos 50 milhões de euros.


Já a receita não tarifária apurada em 2020, obtida a partir dos negócios geridos pela área comercial, incluindo contratos permanentes, totalizou cerca de 4,4 milhões de euros, verificando-se um decréscimo de 45,7% face a 2019, o que a empresa atribui à desaceleração económica nacional provocada pela situação pandémica e à consequente diminuição da procura no consumo de serviços e produtos do metro.


"O ano de 2020 foi um ano atípico em consequência da pandemia covid-19, que provocou um decréscimo da procura, e consequente e acentuada quebra de receita", salienta o Metro de Lisboa no relatório.


O total de rendimentos operacionais recuou 27,3% para 112,7 milhões, devido ao decréscimo da receita de serviço público (menos 48,3 milhões de euros), que apesar da atribuição de subsídio à exploração para compensação dos efeitos covid-19 (21,5 milhões de euros) se situou abaixo do valor do período homólogo, aponta no documento.


Os gastos operacionais subiram 0,4% para 145,4 milhões, o que, globalmente, o Metro imputa a gastos por via do efeito líquido de diferenças de câmbio desfavoráveis (+3,8 milhões de euros) e indemnização por danos causados ( -1,4 milhões de euros), assim como os gastos decorrentes da pandemia (1 milhão de euros)


Desta forma o resultado operacional foi negativo em 32,7 milhões, um agravamento de 424% face aos mais de 10 milhões positivos em 2019.


O EBITDA corrigido foi também negativo em 20,6 milhões de euros, depois de em 2019 ter sido de 225 mil euros negativos.


Os resultados financeiros registaram uma variação positiva na ordem dos 2,5 milhões de euros com um decréscimo de 9,5%


O resultado antes de impostos foi negativo em 57,1 milhões de euros, deteriorando-se 239,4% face aos 16,8 milhões, também negativos de 2019


No total, o passivo remunerado do Metropolitano de Lisboa diminuiu 62 milhões de euros em 2020 para 3.378 milhões de euros, sendo que os empréstimos do Tesouro ascendem já a 57,6% do total. Já o endividamento total aumentou para 3.427 milhões de euros. 

O investimento capitalizado em 2020 no ativo fixo ascendeu a 21,4 milhões de euros, mais 153,7% face a 2019.

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