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Norte deve reclamar parcela proporcional à investida na TAP para suprir falhas, diz Rui Moreira
"Temos de reivindicar que uma parcela idêntica ou proporcional ao que é investido na TAP nos seja entregue para que consigamos cumprir com as falhas do mercado e atrair operadores privados", afirmou o presidente da Câmara do Porto, acrescentando que o interesse estratégico da TAP para o Porto e para a região é ser "bem servidos".
30 de Junho de 2021 às 23:41
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, defendeu hoje que a região deve reivindicar a entrega de uma parcela idêntica ou proporcional ao que é investido na TAP para suprir as falhas do mercado e atrair operadores privados.
"Temos de reivindicar que uma parcela idêntica ou proporcional ao que é investido na TAP nos seja entregue para que consigamos cumprir com as falhas do mercado e atrair operadores privados", afirmou, acrescentando que o interesse estratégico da TAP para o Porto e para a região é ser "bem servidos".
O independente participou, esta manhã, na reunião conjunta dos Conselhos Municipais do Turismo e da Economia, no Teatro Rivoli, onde foram discutidos três pontos essenciais: o papel do transporte aéreo na cidade do Porto, a capacidade do Município em capitalizar empresas e a apresentação do estudo sobre a forma como a cidade respondeu à pandemia da Covid-19, revela a autarquia numa nota publicada ao final da tarde.
Lembrando que "o problema da TAP com o Porto é antigo", o independente, citado no texto publicado, reforçou a ideia de que, enquanto operador público, a TAP não pode "fazer as escolhas que quer" e que "o interesse público não se esgota numa cidade, numa região, num aeroporto".
Rui Moreira afirmou a sua disponibilidade "para a subsidiação da transportadora", desde que ela seja "capaz de cobrir as falhas do mercado".
Para o autarca, essas falhas encontram-se num serviço regular para as ilhas, ou numa frota capaz de dar resposta em situações de emergência como o repatriamento.
Já o presidente da Associação Comercial do Porto, Nuno Botelho, considerou que "mais valia assumir que a TAP é uma companhia que presta serviço só a Lisboa e fazê-la deixar o aeroporto do Porto".
E acrescentou: "O Porto sempre foi um fardo para a TAP e nós queremos aliviá-la desse fardo".
Moreira concorda que "mais cedo ou mais tarde" a região deve dizer que não quer que "a TAP cá venha", como reação à estratégia de criação de um hub no Aeroporto de Lisboa e que estará a ser prejudicada pelo crescimento do Aeroporto Francisco Sá Carneiro.
"Isto não é uma mania da perseguição, é uma estratégia continuada da TAP", garante Rui Moreira.
Para o presidente da autarquia, não chega o país dizer que é estrategicamente importante ter uma companhia aérea de bandeira, na prática, acrescentou, seria a mesma coisa que dizer que "queremos ter a Torre Eiffel no Porto", rematou.
A discussão ficou concluída com a concordância na redação de uma moção a dirigir aos deputados da Assembleia da República eleitos pelo Porto, ao Governo e ao Presidente da República expondo a visão dos conselheiros quanto à reestruturação da transportadora.
"Não prevejo nada de bom, porque o silêncio tem sido sepulcral, mas tenho todo o gosto em ir ao Parlamento confrontá-los com os "facts of life"", assumiu Rui Moreira, para quem "salvar dinheiro ao Tesouro não é uma atitude antipatriótica".
Na abertura da discussão, o vereador da Economia, Turismo e Comércio da Câmara do Porto, revelou que a TAP pesará 25% nas operações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro sendo que, "grande parte dos números dependem da ponte aérea Porto-Lisboa".
Já as companhias estrangeiras "têm um peso relevantíssimo", continuou, defendendo que "a região tem que colocar em cima da mesa que o financiamento à TAP tem que ser contrabalançado com financiamento das ligações aéreas às regiões que não têm a TAP como companhia a efetuar o serviço".
O segundo ponto da reunião dos Conselhos Municipais de Turismo e de Economia esteve relacionado, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do Banco do Fomento, com o apoio do Município às empresas e com a vontade de que seja possível o envolvimento através de um fundo de capitalização, algo que só uma alteração na legislação permitirá.
"Em 2020, avançámos com a ideia de um fundo municipal que fizesse capitalização de empresas", recorda Ricardo Valente, mas a não existência de meios travou a iniciativa.
"A ideia é que esses meios possam ser criados para que o PRR não seja mais uma oportunidade perdida" explicou o vereador, depois de expor que "é impossível financiar inovação se o meio de financiamento é a dívida", em detrimento do capital e propor a criação de sociedades de desenvolvimento industrial e inovação (SDII).
"O que nos preocupa é a não territorialização das políticas associadas à bazuca", reforçou Rui Moreira. Nas palavras do presidente da Câmara do Porto, "isto vai ser decidido pelos suspeitos do costume e para os suspeitos do costume".
No final da reunião, Ricardo Valente divulgou ainda o relatório dos "365 dias de resistência à pandemia", tendo adiantado que em breve, o Município vai, também, disponibilizar um sistema de 'business inteligence' com estatísticas em tempo real do ponto de vista das atividades económicas.
"Temos de reivindicar que uma parcela idêntica ou proporcional ao que é investido na TAP nos seja entregue para que consigamos cumprir com as falhas do mercado e atrair operadores privados", afirmou, acrescentando que o interesse estratégico da TAP para o Porto e para a região é ser "bem servidos".
Lembrando que "o problema da TAP com o Porto é antigo", o independente, citado no texto publicado, reforçou a ideia de que, enquanto operador público, a TAP não pode "fazer as escolhas que quer" e que "o interesse público não se esgota numa cidade, numa região, num aeroporto".
Rui Moreira afirmou a sua disponibilidade "para a subsidiação da transportadora", desde que ela seja "capaz de cobrir as falhas do mercado".
Para o autarca, essas falhas encontram-se num serviço regular para as ilhas, ou numa frota capaz de dar resposta em situações de emergência como o repatriamento.
Já o presidente da Associação Comercial do Porto, Nuno Botelho, considerou que "mais valia assumir que a TAP é uma companhia que presta serviço só a Lisboa e fazê-la deixar o aeroporto do Porto".
E acrescentou: "O Porto sempre foi um fardo para a TAP e nós queremos aliviá-la desse fardo".
Moreira concorda que "mais cedo ou mais tarde" a região deve dizer que não quer que "a TAP cá venha", como reação à estratégia de criação de um hub no Aeroporto de Lisboa e que estará a ser prejudicada pelo crescimento do Aeroporto Francisco Sá Carneiro.
"Isto não é uma mania da perseguição, é uma estratégia continuada da TAP", garante Rui Moreira.
Para o presidente da autarquia, não chega o país dizer que é estrategicamente importante ter uma companhia aérea de bandeira, na prática, acrescentou, seria a mesma coisa que dizer que "queremos ter a Torre Eiffel no Porto", rematou.
A discussão ficou concluída com a concordância na redação de uma moção a dirigir aos deputados da Assembleia da República eleitos pelo Porto, ao Governo e ao Presidente da República expondo a visão dos conselheiros quanto à reestruturação da transportadora.
"Não prevejo nada de bom, porque o silêncio tem sido sepulcral, mas tenho todo o gosto em ir ao Parlamento confrontá-los com os "facts of life"", assumiu Rui Moreira, para quem "salvar dinheiro ao Tesouro não é uma atitude antipatriótica".
Na abertura da discussão, o vereador da Economia, Turismo e Comércio da Câmara do Porto, revelou que a TAP pesará 25% nas operações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro sendo que, "grande parte dos números dependem da ponte aérea Porto-Lisboa".
Já as companhias estrangeiras "têm um peso relevantíssimo", continuou, defendendo que "a região tem que colocar em cima da mesa que o financiamento à TAP tem que ser contrabalançado com financiamento das ligações aéreas às regiões que não têm a TAP como companhia a efetuar o serviço".
O segundo ponto da reunião dos Conselhos Municipais de Turismo e de Economia esteve relacionado, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do Banco do Fomento, com o apoio do Município às empresas e com a vontade de que seja possível o envolvimento através de um fundo de capitalização, algo que só uma alteração na legislação permitirá.
"Em 2020, avançámos com a ideia de um fundo municipal que fizesse capitalização de empresas", recorda Ricardo Valente, mas a não existência de meios travou a iniciativa.
"A ideia é que esses meios possam ser criados para que o PRR não seja mais uma oportunidade perdida" explicou o vereador, depois de expor que "é impossível financiar inovação se o meio de financiamento é a dívida", em detrimento do capital e propor a criação de sociedades de desenvolvimento industrial e inovação (SDII).
"O que nos preocupa é a não territorialização das políticas associadas à bazuca", reforçou Rui Moreira. Nas palavras do presidente da Câmara do Porto, "isto vai ser decidido pelos suspeitos do costume e para os suspeitos do costume".
No final da reunião, Ricardo Valente divulgou ainda o relatório dos "365 dias de resistência à pandemia", tendo adiantado que em breve, o Município vai, também, disponibilizar um sistema de 'business inteligence' com estatísticas em tempo real do ponto de vista das atividades económicas.