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Matos Fernandes: "Estamos disponíveis para ir mais além, mas estamos convencidos que não será necessário"

Matos Fernandes fala em normalidade da situação, mas admite que o Governo atuará consoante as necessidades. Mas tem esperança que a greve seja hoje desconvocada.

Hugo Delgado/Lusa
18 de Agosto de 2019 às 13:16
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O ministro do Ambiente apelou este domingo ao fim da greve dos motoristas de matérias perigosas, no dia em que está marcado um plenário desses trabalhadores para decidir se continuam ou terminam o protesto.

"Apelo às partes para entendimento", declarou Matos Fernandes, tendo visto no comunicado da Antram "um bom sinal", de "disponibilidade para negociar, aceitando a mediação".

Na conferência de imprensa diária para fazer o ponto de situação, Matos Fernandes disse ter uma "forte expectativa" de que a greve, depois do plenário desta tarde, possa ser desconvocada e começar a mediação. O ministro do Ambiente não confirmou a marcação de qualquer reunião, mas garante que será marcada assim que haja desconvocação da greve. 

No balanço feito Matos Fernandes fala já de "normalidade" na situação, ainda que admita que consoante as necessidades o Governo avançará com novas medidas Isto depois de ter sido admitido por António Costa aumentar os serviços mínimos.

Para já, Matos Fernandes diz que "estamos atentos e disponÍveis para fazer caso entre numa situação de não normalidade". Admitiu que na segunda quinzena de agosto possa haver um aumento de consumo de combustível rodoviário e para laboração de fábricas, já que muitas empresas vão voltar à atividade. "Estamos e estaremos sempre muito atentos das necessidades". E garantiu: "estamos disponíveis para ir mais além, mas convencidos que não será necessário", dizendo acreditar que existem condições para que o único sindicato que continua em greve se vai sentar à mesa para negociar.

Esta tarde o sindicato ainda em greve para ter um plenário e, por isso, Matos Fernandes admitiu ser um dia importante, e terminou a conferência deixando a nota de esperança que segunda-feira já não seja necessário fazer o briefing diário.

"Num dia que é obviamente importante porque há um plenário do sindicato [dos motoristas de matérias perigosas], apelo às partes para um entendimento e para que a greve chegue ao fim", afirmou João Pedro Matos Fernandes numa conferência de imprensa, no Porto, para balanço da situação de emergência energética no país.

O ministro adiantou ainda que os serviços mínimos estão a ser cumpridos a 123%, o que demonstra que "há um número expressivo de trabalhadores que já não estão em greve".

Ao domingo só existe abastecimento aos aeroportos mesmo quando não há greve. Em Faro, dos 28 transportes previstos estavam cumpridos 10, e em Lisboa - "é dos que tem tido os mais fracos números" - às 11h30 os transportes eram superiores aos dos últimos dias, estando cumpridas 60% das viagens previstas. 

As refinarias "estão em prontidão" para satisfazer qualquer necessidade.

Durante a noite, não houve utilização das Forças Armandas e desde as 7h estão três equipas a trabalhar para abastecer o aeroporto de Lisboa, "substituindo três baixas declaradas". Matos Fernandes garantiu haver mais seis equipas em prontidão por causa do plenário. 

A greve dos motoristas de matérias perigosas entrou no sétimo dia, com as atenções voltadas para um plenário de trabalhadores, que decorrerá esta tarde e que deverá decidir sobre a continuidade da paralisação.

O plenário decorre hoje, pelas 16:00, em Aveiras de Cima (Lisboa), depois de ter falhado um acordo mediado pelo Governo numa reunião que durou cerca de 10 horas e que terminou na madrugada de sábado.

No sábado, a associação das empresas de transportes de mercadorias (Antram) disponibilizou-se para integrar um processo de mediação junto da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, afirmando ser convicção da "associação que um processo de mediação, realizado em clima de paz, poderá conduzir à solução do problema".

De seguida, o porta-voz do sindicato de motoristas de matérias perigosas, Pedro Pardal Henriques, disse ver com agrado a disponibilidade da associação, mas ressalvou ser necessário que a base de entendimento já debatida seja aceite.

O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) divulgou mesmo um comunicado no qual apelou à Antram para aceitar a proposta de compromisso que o Governo articulou com aquela força sindical, abrindo "caminho para a paz duradoura".

No comunicado, o SNMMP refere que o Governo deverá utilizar "as ferramentas que ainda tem ao seu dispor para chamar à razão a Antram", fazendo "chegar uma proposta que cumpra mínimos de dignidade, por forma a ser apresentada aos motoristas de matérias perigosas" no plenário desta tarde.

A greve começou na segunda-feira, 12 de agosto, por tempo indeterminado, para reivindicar junto da Antram o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.

A paralisação foi inicialmente convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas (SIMM), mas este último desconvocou o protesto na quinta-feira à noite, após um encontro com a Antram sob mediação do Governo.

No final do primeiro dia de greve, o Governo decretou uma requisição civil, parcial e gradual, alegando incumprimento dos serviços mínimos que tinha determinado.

No sábado ao final do dia, o Ministério do Ambiente e Transição Energética disse que a requisição civil foi cumprida e os serviços mínimos "superados", com o último balanço a demonstrar "uma crescente normalidade da situação".

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