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Europa acena com poupanças até 3.800 euros na compra de carro novo para reduzir CO2

A Comissão Europeia quer acelerar a transição para o fabrico e uso de carros mais limpos nas estradas do Velho Continente. E prevê que, mesmo custando mais caro aos consumidores no "stand", a poupança com combustível para o carro possa chegar a 3.800 euros em 15 anos.

Miguel Baltazar
08 de Novembro de 2017 às 14:07
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A Comissão Europeia quer reduzir as emissões de dióxido de carbono provocadas pelo uso de automóveis em média em quase um terço - 30% - ao longo da década 2021-2030. A redução, anunciada esta quarta-feira, 8 de Novembro, é aplicável tanto aos novos automóveis de passageiros como aos veículos comerciais ligeiros.

Em comunicado enviado às redacções, o Executivo comunitário diz que as novas metas pretendem "acelerar a transição para veículos com baixo nível de emissões e sem emissões" e aponta uma série de medidas neste sentido, que deverão contribuir para, garantindo a transição para carros menos poluentes, manter as actuais quotas de mercado.

O Pacote de Mobilidade Limpa hoje apresentado consiste desde logo na adopção por parte da indústria automóvel de novas normas de CO2, que devem ajudar a atingir duas metas: uma intermédia (de redução de 15% nas emissões até 2025) e uma final (a tal redução média de 30% até 2030).

Entre as alterações previstas no pacote está a criação ou modificação de directivas (como "Veículos não poluentes", "Transportes Combinados" e "Transporte rodoviário de passageiros") para estimular alternativas ao uso de transporte particular; a implementação de um plano de acção para instalar infra-estruturas transeuropeias de combustíveis alternativos (gás ou hidrogénio); ou a iniciativa "Baterias", com 200 milhões de euros em incentivos de 2018 a 2020 que garantirá que veículos e seus componentes são fabricados em solo europeu.

Assumindo que as mudanças a introduzir pelos fabricantes para reduzir as emissões terão impacto nos custos de produção – e logo no preço final dos carros -, Bruxelas diz no entanto que estes aumentos de preço serão menores do que as poupanças alcançadas pelos consumidores com a compra de carro novo mais eficiente.

No caso dos particulares, a poupança média estimada pela Comissão oscila entre 600 euros em carros comprados em 2025 e 1.500 euros em 2030 (tendo em conta um tempo médio de vida de 15 anos do veículo). Já para as empresas, as poupanças na compra de veículos comerciais novos poderão oscilar entre 2.300 euros (2025) e 3.800 euros (2030).

Bruxelas diz que não estabelecerá quotas para a construção de carros eléctricos e que caberá aos fabricantes definirem o seu portefólio de produtos para atingir as metas pretendidas. Mas haverá incentivos a estimular a transição: "A proposta inclui um mecanismo de incentivo que estimulará a escolha de veículos com emissões reduzidas ou zero emissões de uma forma tecnologicamente neutra".

A Comissão espera ainda que, do lado do emprego, os postos de trabalho que possam ser perdidos pela descontinuação de fabrico de carros a combustível convencional podem ser reabsorvidos pela indústria de carros eléctricos e híbridos em ascensão.

"As propostas relativas à mobilidade limpa vão ser agora enviadas para os colegisladores e a Comissão insta todas as partes interessadas a trabalhar em conjunto para assegurar a rápida adopção e aplicação destas várias propostas e medidas, de modo que os benefícios para a indústria, empresas, trabalhadores e cidadãos da UE possam ser maximizados e obtidos o mais rapidamente possível," refere a nota da Comissão.

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