O presidente da CP, Pedro Moreira, garantiu esta sexta-feira, numa nota de esclarecimento depois da posição tomada pela comissão de trabalhadores (CT) da empresa sobre o passe ferroviário verde, que o valor de 18,9 milhões de euros que irá receber "foi rigorosamente calculado pelos serviços comerciais e financeiros da CP".

Na mesma nota, onde expressa "surpresa e repúdio pelas declarações feitas [pela CT] sobre o passe ferroviário verde, em particular pelas considerações que sugerem que esta iniciativa pode ter um impacto negativo significativo nas finanças da empresa", Pedro Moreira salienta que os serviços comerciais e financeiros da CP "trabalharam de forma dedicada para desenvolver este novo passe, de acordo com os melhores padrões de análise e planeamento".

"É inadmissível que a CT se permita vir a público desrespeitar e pôr em causa a competência e o profissionalismo dos trabalhadores, passando um atestado de incompetência a todos os que se dedicaram a este projeto com empenho e rigor", afirma.

O responsável diz ainda reconhecer que "a CP necessita de mais material circulante", explicando que é por esse motivo que está a realizar "a maior aquisição de comboios da história da empresa". Em seu entender, a CT "parece ignorar um dado crucial: a disponibilidade de material circulante é hoje significativamente maior do que há três anos", com o trabalho das suas oficinas, que "têm reparado e devolvido à rede dezenas de carruagens e locomotivas", que permitiu à CP "atingir o maior número de passageiros dos últimos 25 anos".

Pedro Moreira sublinha ainda que "a CP será compensada pelo Estado para prestar este serviço, garantindo que esta medida não compromete a sustentabilidade financeira da empresa".

"Repudiamos veementemente as declarações da CT, que carecem de fundamento e revelam um desconhecimento profundo sobre as contas e operações da CP", diz ainda, acrescentando que as afirmações "passam uma imagem infundada de falta de profissionalismo e responsabilidade" da administração da empresa.