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Antram acusa sindicatos de se prepararem para não cumprir serviços mínimos

"[Os sindicatos] preparam-se para incumprir os serviços mínimos decretados pelo Governo", declarou André Matias de Almeida num comunicado enviado à agência Lusa.

09 de Agosto de 2019 às 00:57
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O porta-voz da Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) acusou hoje os sindicatos dos motoristas de se prepararem para não cumprir os serviços mínimos decretados pelo Governo e de insistirem numa greve "de má-fé".

 

"[Os sindicatos] preparam-se para incumprir os serviços mínimos decretados pelo Governo", declarou André Matias de Almeida num comunicado enviado à agência Lusa.

 

De acordo com o porta-voz da Antram, o Governo, que decretou os serviços mínimos e os termos em que estes devem ser prestados, determinou que "os sindicatos têm até 24 horas antes do início da greve para enviar aos empregadores as escalas (identificação dos trabalhadores)" que irão cumprir os serviços referidos.

 

Caso não o façam, "deverão os empregadores determinar os trabalhadores por empresa que irão cumprir os serviços mínimos", acrescentou o responsável da associação, sublinhando tratar-se do que "se encontra expresso" no despacho.

 

Para André Matias de Almeida, os sindicatos Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que convocaram a greve com início na próxima segunda-feira e por tempo indeterminado, ""estão bem conscientes de que é assim que o processo se desenrola".

 

"Vir hoje [quinta-feira] anunciar que a Antram não entregou até ontem [quarta-feira] qualquer escala de trabalhadores como alegadamente estaria obrigada destina-se tão somente a mais uma vez tentar criar confusão nos portugueses", mas, sobretudo, "nos seus próprios trabalhadores, para que os serviços mínimos sejam incumpridos", afirmou o porta-voz.

 

André Matias de Almeida sustentou que esta postura, somada à conferência de imprensa do advogado do SNMMP, Pedro Pardal Henriques, na quinta-feira, "legitima uma requisição civil preventiva por parte do Governo para salvaguarda de quem, insensível às imagens dos portugueses, insiste numa greve de má-fé".

 

Para o porta-voz da Antram, as declarações de Pedro Pardal Henriques são "um exercício de campanha político-partidária", por parte do representante daquele sindicato, que, "sabe-se hoje [quinta-feira], que é candidato a deputado".

 

O responsável da Antram apelou ainda aos dois sindicatos para que "reconheçam o erro", para que "haja humildade e responsabilidade e jamais deixará de ser garantido que estarão à mesa das negociações olhos nos olhos e não a olhar de baixo para cima".

 

Em conferência de imprensa na quinta-feira, Pedro Pardal Henriques disse que os plenários de trabalhadores no sábado, em Aveiras de Cima, distrito de Lisboa, são a "última oportunidade" para a Antram apresentar uma proposta que cancele a greve dos motoristas.

 

Na ocasião, acusou o Governo e a Antram de serem os responsáveis pelas filas de automóveis nos postos de abastecimento.

 

O Governo decretou serviços mínimos entre 50% e 100% para a greve dos motoristas.

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