Notícia
Tripulantes da TAP já entregaram pré-aviso de greve de sete dias
No espaço de mês e meio esta vai ser a segunda paralisação dos tripulantes da TAP que estão em braço de ferro com a companhia a propósito da revisão do Acordo de Empresa.
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil já entregou o pré-aviso de greve para sete dias, entre 25 e 31 de janeiro.
Em comunicado interno a que o Negócios teve acesso, os tripulantes acusam a administração da TAP de "não querer compreender a revolta e a indignação" dos trabalhadores, frisando que "o tempo da entrega dos pins dourados já lá vai e a palmadinha atrás das costas já não é suficiente" e que a empresa e o Governo "tardam em compreender isso".
Rejeitando as acusações de irresponsabilidade, o sindicato aproveita ainda para frisar que a paralisação resulta de uma "decisão tomada de forma séria, baseada numa estratégia fundamentada e avessa a pressões ou impulsividades".
O sindicato volta também a recordar que a empresa "não pode vangloriar-se de alcançar lucros em 2022, sem que haja um verdadeiro e significativo reconhecimento dos esforços dos tripulantes" tendo em conta que foram "estes esforços, assim como os múltiplos e penosos sacrifícios pessoais e profissionais" da classe, "que contribuíram para os resultados apresentados pela empresa".
A separar a TAP e os tripulantes está a revisão do Acordo de Empresa, em vigor desde 2006. Com o novo contrato coletivo, a companhia aérea quer aumentar o número de horas de trabalho dos tripulantes face a 2019. Além disso, a TAP quer aplicar um modelo de remunerações assente na produtividade, tendo como base os atuais valores que sofrem um corte de 25% acima dos 1.410 euros. Condições que os tripulantes têm recusado aceitar.
O braço de ferro das negociações já levou o SNPVAC a avançar para uma greve de dois dias, a 8 e 9 de dezembro, levando, nessa altura, a companhia a cancelar 360 voos, com perdas de receita de oito milhões de euros.