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Sindicato dos pilotos da TAP quer acordo de empresa igual ao da Lufthansa

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) enviou hoje uma carta à administração da TAP a manifestar disponibilidade para assinar um acordo de empresa igual ao da Lufthansa, "garantindo importantes vantagens para ambas as partes".

Mário Cruz/Lusa
31 de Dezembro de 2020 às 15:00
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"Vimos por este meio reiterar à gestão de topo da TAP a nossa vontade de assinar imediatamente um acordo de empresa igual ao da nossa congénere, para que a TAP passe a ter condições rigorosamente iguais às da tão elogiada Lufthansa e de modo a que os senhores Ministros e Administradores deixem de poder usar os pilotos TAP como bode expiatório para justificar os males da empresa", refere a carta a que a Lusa teve acesso.

Segundo o SPAC, "o país inteiro ouviu o Sr. Ministro da tutela [o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos], dizer que a TAP está em desvantagem concorrencial porque os seus pilotos ganham mais e são em maior número por avião do que os pilotos das empresas congéneres".

O sindicato que representa os pilotos da transportadora considera que "é certo que essas afirmações foram feitas em concertação com o Chairman [Miguel Frasquilho] e o CEO da TAP [Ramiro Sequeira]", que "não desmentiram nem corrigiram essas afirmações, falha que os pilotos classificam como muito grave em termos de liderança".

Lembrando que a Lufthansa e os seus pilotos acabaram por renegociar no dia 23 de dezembro, o seu acordo de empresa "garantindo importantes vantagens para ambas as partes", o sindicato reitera a sua vontade de assinar um acordo idêntico.

"Seria incompreensível que a TAP não aproveitasse esta oportunidade de ouro para se livrar das tão propaladas benesses excessivas dos seus pilotos, pelo que apelamos de forma veemente a que concertem e assinem com o SPAC um acordo de empresa igual e condições em tudo idênticas às negociadas e acordadas (sim, acordadas) entre a Lufthansa e o sindicato dos pilotos (Vereinigung Cockpit)", refere a carta.

Segundo a agência Efe, a companhia aérea Lufthansa e o sindicato Vereinigung Cockpit (VC) chegaram a acordo para que não haja despedimentos por razões económicas até março de 2022, no âmbito de um acordo coletivo adaptado à crise.

Em contrapartida, a companhia poderá reduzir o horário com a consequente adaptação salarial e congelar aumentos.

Estas medidas serão aplicadas aos cerca de cinco mil pilotos da Lufthansa, Lufthansa Cargo, Lufthansa Aviation Training e parte da Germanwings.

De acordo com o sindicato VC, citado pela Efe, o "consórcio consegue assim cortar despesas em mais de 450 milhões de euros, o que a somar aos cortes já aplicados para este ano, representa uma poupança de mais de 600 milhões de euros até ao final de março de 2022".
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