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Sindicato acusa TAP de "marasmo" enquanto outras companhias enchem espaço aéreo

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação (STAMA), João Varzielas, acusou esta sexta-feira a TAP de "marasmo", por ainda estar a operar poucos voos enquanto outras companhias estão a encher o espaço aéreo.

A TAP, que tem mais de 100 aviões, tem a sua atividade praticamente parada devido à pandemia da covid-19.
28 de Agosto de 2020 às 14:53
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"O que nós verificamos é as outras companhias a encher todo o espaço aéreo e a TAP continua num marasmo, sem voar, com as pessoas em terra, a pagar ordenados. Não se percebe", disse à Lusa o dirigente sindical.

O presidente do sindicato que representa operacionais de terra da TAP admitiu não perceber por que razão a transportadora está ainda a operar "poucos voos" e porque está a fazer operações de carga a partir de Saragoça, Espanha, transformando aviões de passageiros em cargueiros.

"A preocupação da TAP é com hipotéticos 15 minutos de atraso [nos voos], quando há tanta coisa importante para se preocupar", defendeu João Varzielas, explicando que tem havido ações das chefias da companhia aérea no sentido de evitar atrasos.

Num comunicado enviado hoje à comunicação social, o STAMA diz que "não faz sentido o terror dos 15 hipotéticos minutos de atraso", dado que só estão a ser operados um quarto dos voos para a época e os corredores aéreos estão "às moscas".

Na mesma nota, o sindicato refere ainda que estão a ser feitos cancelamentos "sem nexo", por exemplo em casos em que o voo é renumerado e o horário passa a ser "ligeiramente diferente".

O STAMA diz que, nos casos em que isso acontece, a TAP está a proceder à emissão de 'vouchers' ao passageiro, com uma compensação de mais 20% do valor da tarifa, recebendo os passageiros mais do que pagaram.

O sindicato denuncia também "inúmeras" reclamações que têm sido feitas relativamente ao serviço de 'call center' da TAP que, lembre-se, deixou de ser assegurado por trabalhadores da companhia aérea e "foi entregue à PT/Altice".

"O 'call center' aparentemente não funciona: as reclamações são inúmeras, os passageiros, em situação de desespero, contactam os balcões do aeroporto pois têm quatro horas de espera ao telefone e quem atende não consegue responder aos passageiros por formação deficiente", aponta o STAMA.

À agência Lusa, João Varzielas disse que uma das vantagens do antigo 'call center' era o facto de ser composto por trabalhadores que tinham origem na aviação, tendo, por isso, mais facilidade em responder às questões dos passageiros.

"Cada vez mais os passageiros se queixam de um mau atendimento: em vez de os cativar, pois é deles que a TAP mais precisa nesta fase, afastamos os passageiros", sublinha o sindicato.

O Conselho de Ministros aprovou em 17 de julho a concessão de um empréstimo de até 1.200 milhões de euros à TAP, em conformidade com a decisão da Comissão Europeia.

Além do empréstimo remunerado a favor do Grupo TAP de 946 milhões, ao qual poderão acrescer 254 milhões, sem que, contudo, o Estado se encontre vinculado à sua disponibilização, as negociações tinham em vista a aquisição, por parte do Estado Português, "de participações sociais, de direitos económicos e de uma parte das prestações acessórias da atual acionista da TAP SGPS, Atlantic Gateway, SGPS, Lda.".

Desta forma, o Estado Português passa a deter uma participação social total de 72,5% e os correspondentes direitos económicos na TAP SGPS, pelo montante de 55 milhões de euros.

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