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Ponce de Leão: "Cartelização nos voos para a Madeira é como se existisse"
O presidente da ANA diz que não há cartel entre TAP e Easyjet nos voos para a Madeira, em termos técnicos e jurídicos. Mas quando analisados os preços dos bilhetes observa-se uma "constante".
O presidente da ANA-Aeroportos de Portugal, Jorge Ponce de Leão, afirmou esta terça-feira, 14 de Março, no Parlamento que não há cartelização, em termos técnico-jurídicos, nos voos para a Madeira, mas "é como se existisse porque as máquinas o fazem".
Na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, o responsável admitiu ter utilizado uma expressão "inapropriada" quando, em entrevista ao Negócios, referiu a existência de um cartel entre a Easyjet e a TAP nos voos para a Madeira.
No entanto, afirmou que "em termos objectivos o resultado final das condições de mercado para a Madeira é idêntico a uma cartelização". "Não estou a dizer que existe, mas se usar o mesmo algoritmo sobre a mesma realidade de mercado, constata-se no preço dos bilhetes", acrescentou.
De acordo com Ponce de Leão, apesar do preço médio da TAP e da Easyjet serem diferentes, verificamos uma "constante". "Não gerimos os preços dos bilhetes, mas não deixamos de os monitorizar", frisou.
"Não é preciso concertação nenhuma para que o mercado seja condicionado", afirmou, explicando que em datas em que há um feriado à quinta-feira, em épocas de festas ou de férias, o custo de viagem de quarto dias de quinta até domingo vai ser mais cara do que para os quatro dias anteriores.
O presidente da ANA reconheceu que a dificuldade de atrair um terceiro operador para as ligações à Madeira está relacionada com o facto de a rentabilidade de uma operação na Madeira ser "errática", afectada quer pelas questões metereológicas quer pelas qualificações específicas exigidas às tripulações, que representam "custos adicionais que tornam menos seguro e fiável à operação na Madeira".
Para Ponte de Leão, a proposta apresentada pela Ryanair em que solicitava condições para voar para a ilha eram "condições que não podemos dar para não criar condições de discriminação".