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Pedro Nuno Santos: “A TAP é demasiado importante para o país para a deixarmos cair”
O ministro das Infraestruturas salienta o contributo da TAP para a economia nacional, considerando que seria um desastre do ponto de vista económico e social o país perder a TAP.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, afirmou esta terça-feira, no Parlamento, que "a TAP é demasiado importante para o país para a deixarmos cair", salientando que a importância da empresa não se limita aos resultados que apresenta.
Apesar de o deputado do PSD Cristóvão Norte ter feito referência, na sua intervenção, à notícia avançada pelo Expresso de que a companhia aérea vai ser nacionalizada em resultado da falta de acordo entre o Estado e os acionistas privados em torno do empréstimo de 1,2 mil milhões de euros, o ministro não fez nenhum comentário na sua primeira intervenção.
Pedro Nuno Santos salientou apenas a importância da TAP para o país. "Não podemos ficar limitados ao resultado da TAP enquanto empresa, é um desastre de análise", afirmou, lembrando que a companhia aérea é uma das maiores exportadoras nacionais.
"É um instrumento de riqueza nacional", disse ainda Pedro Nuno Santos, salientando que a companhia tem 10 mil trabalhadores mas é responsável por muitos mais empregos, compra 1.300 milhões euros a empresas nacionais, e paga 300 milhões de euros em impostos e contribuições.
"Seria um desastre do ponto de vista económico e social o país perder a TAP. Só os fanáticos religiosos da iniciativa liberal acham que nos podemos dar ao luxo de deixar cair a TAP", afirmou.
Pedro Nuno Santos destacou a importância de reestruturar a TAP "independentemente da opção que a Comissão Europeia aceitou para a intervenção" na companhia, lembrando os prejuízos de cerca de 400 milhões no primeiro trimestre, o facto de a companhia ter os aviões parados e considerando o contexto de "enorme" incerteza no futuro.
"Há alguma companhia aérea que tendo recorrido ao quadro temporário covid não tenha passado por um quadro de reestruturação, de reduzir pessoal e rotas e entregar aviões?", questionou, deixando claro que não existe a opção de fazer chegar dinheiro à TAP e esta poder manter a mesma dimensão.
Para Pedro Nuno Santos, "1.200 milhões é muito dinheiro e temos de fazer uma gestão criteriosa. E dar à TAP uma dimensão que, não sendo uma TAPzinha, tenha viabilidade futura".
"Fizemos cálculos pelas previsões de recuperação da IATA. Chegamos a um valor. Mas ninguém no mundo tem a certeza sobre o futuro à nossa frente", reconheceu.
O ministro salientou ainda a importância da TAP para a visão estratégica do país, reconhecendo que "se não fosse a TAP muitas das rotas que queríamos fazer não seriam feitas".