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Iniciativa Liberal: Se Estado tiver de entrar na TAP tem de se comprometer com momento de saída

A Iniciativa Liberal acusou hoje o Governo de "enorme incompetência" a gerir o dossier da TAP, considerando que se tiver de acontecer a entrada do Estado na companhia aérea tem que haver o compromisso "do momento de saída".

Lusa
30 de Junho de 2020 às 16:16
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Numa audição parlamentar, de quase cinco horas, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, criticou aquilo que considerou serem os "fanáticos da Iniciativa Liberal", que "são fanáticos religiosos" que "têm uma religião que é o mercado livre" e que acham Portugal se pode "dar ao luxo de deixar cair a TAP", acusando-os de ser "uns irresponsáveis".

"Eu não vou comentar as palavras concretas do senhor ministro. Acho que o senhor ministro se exalta com facilidade, adjetiva com facilidade e depois vem pedir desculpa. Deve ser dos ministros que mais vezes pede desculpa ou é desautorizado pelo primeiro-ministro", começou por afirmar o deputado único da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, aos jornalistas no final da audição, deixando claro que a única coisa que os liberais são "fanáticos a defender" é o "interesse do dinheiro público".

Na perspetiva do deputado liberal "este Governo tem manifestado uma enorme incompetência em gerir o dossier", acusando Pedro Nuno Santos de não ter capacidade para fazer a gestão da questão da TAP.

"Nós sempre nos opusemos à nacionalização, é uma péssimo negócio para os portugueses, especialmente num contexto em que há tantas dificuldades e tantas necessidades, mas se tiver que acontecer por ausência de alternativa, provocada por este próprio Governo, então uma coisa teria que ser absolutamente fundamental: é que o momento de entrada do Estado correspondesse a compromisso do momento de saída do Estado", defendeu.

João Cotrim Figueiredo afirmou que se está "perante uma situação que é grave", uma vez que "os contratos que renacionalizaram a TAP preveem direitos para os acionistas privados", tendo estes recusado "qualquer outra solução que não lhes garantisse essa dita cláusula secreta dos 220 milhões de euros".

"Perante esta intransigência dos privados numa cláusula que é renegociada por este Governo, acaba por a única alternativa ser a intervenção direta do Estado na companhia", admitiu.

O ministro das Infraestruturas disse hoje que se os privados não aceitarem as condições do Estado para um empréstimo de até 1.200 milhões de euros, a TAP terá de ser nacionalizada.

"Se o privado não aceitar as condições do Estado português, nós teremos de intervencionar a empresa, nacionalizar a empresa, sim, ou quer que nós deixemos a empresa cair?", respondeu o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, perante os deputados da comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República.

Na mesma audição, o governante já tinha dito que a proposta do Estado com as condições para um empréstimo de até 1.200 milhões de euros à TAP foi chumbada [na segunda-feira] pelo Conselho de Administração, e admitiu "uma intervenção mais assertiva na empresa".

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