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Groundforce vai falhar pagamento atempado dos subsídios de férias
Alfredo Casimiro responsabiliza sindicatos por terem recusado autorizar a utilização do excedente do fundo de pensões para pagar o subsídio de férias aos trabalhadores da Groundforce e diz não prever quando é que esse pagamento possa ser regularizado
O presidente do conselho de administração da Groundforce, Alfredo Casimiro, assumiu esta sexta-feira que a empresa não tem condições para pagar "atempadamente" o subsídio de férias aos trabalhadores, "não se prevendo quando o mesmo possa ser regularizado", diz.
Em comunicado, o também CEO da empresa de handling responsabiliza pela situação "a recusa pública de vários sindicatos em autorizar a utilização do excedente do fundo de pensões, no valor de 3 milhões de euros, para pagar o subsidio de férias".
Como afirma na mesma nota enviada esta sexta-feira, "os representantes sindicais que corroborem tal decisão serão os responsáveis perante os seus membros e perante todos os trabalhadores da Groundforce pelo atraso ou não pagamento do subsídio de férias".
Alfredo Casimiro garante, por outro lado, que para além dos salários de maio, "o pagamento dos salários de junho está garantido", mas "desde que se confirme o número de voos previstos pela TAP, pelo Eurocontrol e pela IATA".
Esta semana, ao Negócios, fonte oficial da empresa de handling, que no ano passado não renovou contratos com cerca de mil trabalhadores que lhe prestavam serviço, adiantou que, com o retomar da sua operação e a perspetiva de aumento do número de voos, tem previsto contratar em junho trabalhadores operacionais de placa e para o check in. A primeira fase de recrutamento, revelou, vai envolver cerca de 100 trabalhadores, sendo depois progressivo em função da retoma e das necessidades.
Alfredo Casimiro e a TAP voltaram esta semana a agravar o seu relacionamento, depois da Groundforce, controlada pelo acionista privado Pasogal em 50,1%, ter deliberado a anulação dos contratos assinados em março com a TAP para a venda e posterior aluguer de equipamentos à empresa de handling, que permitiram a entrada de quase 7 milhões de euros na Groundforce para o pagamento de salários. A decisão, segundo foi alegado, prende-se com as consequências dos contratos para a sobrevivência da empresa.
Uma deliberação que a administração da TAP diz ter recebido com "surpresa e estupefação". Em seu entender, os contratos com a Groundforce - um de compra e venda e um de aluguer de equipamentos - "são válidos e eficazes e a decisão de os considerar nulos emitida por uma das partes não tem força legal".
Para a TAP, "continuam plenamente em vigor as obrigações da Groundforce para com a TAP", tendo recordado a empresa que o pagamento da primeira prestação de aluguer devida se vence esta sexta-feira.
A empresa, no entanto, não irá proceder ao pagamento dos 453 mil euros por ter deliberado a anulação dos contratos. Já a TAP admite avançar com todos os meios legais ao seu alcance.