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Greves empurram Lufthansa para prejuízos de 734 milhões de euros

A transportadora aérea alemã, que já manifestou interesse em comprar a TAP, revela que as greves tiveram um impacto negativo de 350 milhões de euros nos resultados do primeiro trimestre.

Sara Ribeiro sararibeiro@negocios.pt 30 de Abril de 2024 às 09:45

A Lufthansa agravou os prejuízos no primeiro trimestre para 734 milhões de euros, um valor que compara com o resultado negativo de 467 milhões registado no período homólogo de 2023. 


A  transportadora aérea alemã justifica a performance financeira com os litígios que deram origem a greves nos últimos meses que provocaram o cancelamento generalizado de voos que resultaram num impacto negativo de 350 milhões de euros nas contas do primeiro trimestre.


O resultado operacional bruto ajustado (EBITDA) também ficou no vermelho, tendo-se cifrado em 279 milhões de euros negativos, ao passo que no primeiro trimestre de 2023 tinha fechado no verde nos 272 milhões de euros.


Já as receitas da empresa, que também detém a Swiss, Austrian e Brussels Airlines, totalizaram 7,3 mil milhões de euros, um aumento de 5% impulsionado pelo crescimento do número de voos em 6% e de passageiros transportados em 12% para 24 milhões. Recorde-se que este ano a Páscoa entrou para os resultados do primeiro trimestre. No ano passado foi celebrada em abril.


Porém, esta evolução positiva acabou por não compensar o crescimento dos custos em 13% da empesa, que a par com a Air France-KLM e IAG - dona da Iberia - já manifestaram interesse em entrar na corrida pela privatização da TAP. 


As dores de cabeça da Lufhansa


Este mês a Lufthansa chegou a acordo com um dos sindicatos representativo dos tripulantes de cabine, concluindo a última de várias disputas que levaram a um série de greves na maior companhia aérea da Alemanha. 


No mês passado, o sindicato Ver.di garantiu um aumento salarial total de 12,5%, ao longo de dois anos, para cerca de 25.000 trabalhadores de terra ('handling') da Lufthansa, na sequência de um processo de arbitragem.


Recentemente, foi também resolvido um outro litígio que envolvia o pessoal de segurança da maioria dos principais aeroportos alemães e os seus empregadores. Esse acordo, também alcançado após convenção de arbitragem, prevê aumentos de 13,1% a 15,1% num período de 15 meses.


Os três litígios deram origem a greves nos últimos meses que provocaram o cancelamento generalizado de voos.


As perturbações foram agravadas por longas greves causadas por um conflito simultâneo entre o principal operador ferroviário alemão, a Deutsche Bahn, e um sindicato que representa a maioria dos seus maquinistas. 


Mas as dores de cabeça da Lufthansa não ficam por aqui. Este ano a Comissão Europeia anunciou que teme que a compra de 41% da companhia aérea italiana ITA Airways pelo grupo de aviação alemão Lufthansa restrinja a concorrência e aumente preços. Por isso, avançou com uma investigação aprofundada ao negócio em 23 de janeiro deste, tendo até ao próximo dia 6 de junho para tomar uma decisão final.


Bruxelas foi notificada sobre o negócio em novembro passado, que assenta na aquisição pela Lufthansa de uma participação de 41% na ITA - que sucedeu à Alitalia  -  por 325 milhões de euros, com a restante participação a manter-se nas mãos do Estado italiano.

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