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Fernando Pinto: VEM "não foi aposta boa" mas trabalhei com transparência

"Tenho 50 anos de trabalho na aviação e nunca tive um desvio de posição. Sempre trabalhei de forma muito transparente", realçou Fernando Pinto, reagindo desta forma às notícias que revelaram que foi constituído arguido no âmbito da compra da Varig Engenharia e Manutenção (VEM) pela TAP.

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24 de Setembro de 2018 às 15:14
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O antigo presidente da TAP Fernando Pinto, constituído arguido na investigação à compra da Varig Engenharia e Manutenção (VEM), assumiu esta segunda-feira, 24 de Setembro, que o negócio "não foi uma aposta boa", mas garantiu ter agido sempre de forma transparente.

"Os números da aviação são muito grandes. É importante que se ponham as coisas no seu devido lugar. Não deu certo, não ganhámos, é verdade. Esta aposta não foi boa, mas tivemos muitas outras apostas que deram certo", afirmou o agora consultor da administração da TAP, depois de ter recebido o grau ouro das medalhas de mérito do Turismo, no Ministério da Economia, em Lisboa.

"Tenho 50 anos de trabalho na aviação e nunca tive um desvio de posição. Sempre trabalhei de forma muito transparente, sempre fiz questão disso e de manter um trabalho que seja um exemplo, até para as futuras gerações", afirmou Fernando Pinto, confirmando ser arguido há um ano e meio.

Segundo a edição de domingo do jornal Público, Fernando Pinto foi constituído arguido, no âmbito da investigação da Polícia Judiciária à compra da VEM, processo que decorreu entre 2005 e 2007, sob suspeita de gestão danosa.

"Outros cinco gestores que fizeram parte do Conselho de Administração Executivo da empresa também foram constituídos arguidos pela mesma razão: Luís Ribeiro Vaz, Fernando Alves Sobral, Michael Conolly, Luiz da Gama Mór e um outro responsável da equipa de gestão, que já faleceu", lê-se no jornal.

Fernando Pinto qualificou de "estranho" surgir um "documento sem assinatura a fazer acusações absolutamente infundadas, mas que são investigadas" e disse estar a dar "todas as explicações necessárias".

O jornal Público tinha escrito que o inquérito está a cargo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, repartição do Ministério Público que investiga criminalidade mais complexa, com origem numa denúncia anónima feita no final de 2010.

Esta operação de "carácter estratégico, que não é daquelas que tem de ter retorno imediato", fez "ganhar muito mais no Brasil" do que a TAP perdeu no país, disse Fernando Pinto.

"Falaram em 500 milhões de euros e aí não está contemplada uma série ganhos. A entrada real no mercado brasileiro, nos deu 500 milhões de euros, por ano, nos últimos 15 anos. Só aí sete mil milhões e meio de nós termos entrado no Brasil da forma como entrámos", referiu.

Em causa está um "negócio complexo", com 13 anos, indicou ainda o antigo 'homem forte' da TAP, manifestando a sua confiança de que a investigação está a decorrer da "forma mais correta possível".

"Mas, volto a dizer que foi feito de forma transparente, com a maior seriedade", reiterou.

Em Abril de 2016 foram realizadas buscas nas sedes da TAP e da Parpública ('holding' do Estado onde a transportadora está incluída) pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária, por suspeitas de gestão danosa e lucros ilícitos.

"Porém, os investigadores acabaram por não encontrar indícios de corrupção nem de branqueamento de capitais. Para já, ainda não se sabe se vai ser deduzida acusação ou se o processo será arquivado. Desconhecia-se até agora a constituição de arguidos no processo", acrescentou o Público.

Suspensas desde 2012 e retomadas este ano, as Medalhas de Mérito Turístico visam destacar o contributo de entidades e personalidades para o desenvolvimento do sector em Portugal.

Questionado sobre se a atribuição do prémio a Fernando Pinto poderia ensombrar o dia, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, escusou-se a fazer comentários.
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