Notícia
Companhia russa admite "influência externa" na queda do avião
Depois de ter descartado a possibilidade de o avião ter tido problemas técnicos ou de ter existido um erro humano, a companhia russa Kogalymavia admite agora que uma "influência externa" pode ser a causa da queda do aparelho. As autoridades continuam a analisar as caixas negras do Airbus que se despenhou este sábado no Egipto vitimando 224 pessoas.
Um membro da companhia aérea russa Kogalymavia admitiu esta segunda-feira, 2 de Novembro, que a queda do avião que fazia a ligação entre o Cairo e São Petersburgo pode ter sido provocada por uma "influência externa". "A única explicação razoável é que [a queda] se deve a uma influência externa", afirmou este representante, não identificado, da companhia, citado pela BBC.
As autoridades russas preferem não fazer comentários sobre esta possibilidade, afirmando que não são baseados em factos concretos e que aguardam as conclusões da análise às caixas negras do aparelho.
Esta manhã a companhia russa tinha já colocado de parte a possibilidade de ter ocorrido um problemas técnico ou um erro humano que tenha levado à queda do aparelho. "O avião estava em excelentes condições" disse Alexander Smirnov, director-geral da companhia aérea Kogalymavia, citado pela Reuters. Segundo o responsável, o desastre terá sido resultado de "outra acção técnica ou física", que levou o avião a partir-se ao meio em pleno voo e a despenhar-se depois no solo. "Descartamos uma falha técnica ou qualquer erro da tripulação", disse o responsável numa conferência de imprensa em Moscovo.
Alexander Smirnov não quis porém adiantar que tipo de acção poderá ter causado o desastre, remetendo eventuais conclusões para a investigação levada a cabo pelas autoridades oficiais.
Segundo o responsável pela companhia aérea russa, os pilotos não fizeram qualquer chamada de emergência durante o voo. O
Director-geral da companhia aérea Kogalymavia
director de engenharia da Kogalymavia, Andrei Averyanov, adiantou ainda que os motores do avião foram sujeitos a uma inspecção de rotina no dia 26 de Outubro, não tendo sido encontrados problemas. Segundo o responsável, nos cinco voos que antecederam o desastre, a tripulação não faz menção a problemas técnicos com o avião.
Oksana Golovina, representante do grupo que detém a companhia aérea russa, adiantou também em conferência de imprensa que a empresa não estava a passar por qualquer tipo de dificuldade financeira que pudesse influenciar a segurança no voo.
As declarações dos representantes da companhia aérea russa surgem no mesmo dia em que começam a chegar os primeiros corpos das vítimas deste desastre à Rússia. Segundo as agências de notícias russas, um avião aterrou no aeroporto de S. Petersburgo pouco antes das 6h00 da manhã (hora local), transportando 144 corpos. O início do processo de identificação das vítimas estava marcado para as 11h00 locais. O próximo avião deverá sair do Cairo na tarde desta segunda-feira em direcção a S. Petersburgo.
Entretanto, continuam as investigações sobre as causas do desastre. "A ruptura ocorreu no ar e os fragmentos estão espalhados por uma grande área de cerca de 20 quilómetros quadrados", disse este domingo Viktor Sorotchenko, director do Comité Intergovernamental de Aviação (MAK), citado por agências de notícias russas, especificando que era "muito cedo para falar sobre quaisquer conclusões".
Escreve a Lusa que tanto Cairo como Moscovo têm minimizado a reivindicação de atentado do Estado Islâmico que derrubou o avião da companhia aérea Kogalymavia, operando sob o nome Metrojet, com a rota de Sharm el-Sheikh para São Petersburgo.