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Companhia de Neeleman negoceia adiamento de pagamento de juros a credores

O reembolso das obrigações denominadas em dólares, previsto para acontecer em 2024, não está em risco, e as negociações fazem parte de um esforço da Azul para dividir sacrifícios entre acionistas, funcionários e credores

Miguel Baltazar
13 de Agosto de 2020 às 19:40
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A companhia aérea brasileira Azul SA está em negociações com os detentores de obrigações para adiar o pagamento de juros de 11,75 milhões de dólares previsto para outubro, noticia a Bloomberg citando fontes conhecedoras do processo.

Os detentores dos títulos de dívida contrataram a Moelis & Co. para discutir o tema com a companhia aérea de David Neeleman e as conversas informais já começaram, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as discussões são privadas.

O reembolso das obrigações denominadas em dólares, previsto para acontecer em 2024, não está em risco, e as negociações fazem parte de um esforço da Azul para dividir sacrifícios entre acionistas, funcionários e credores após a pandemia ter colocado todos os seus aviões em terra. A companhia aérea disse na terça-feira que renegociou pagamentos de leasing de aviões, conseguindo uma poupança de 3,2 mil milhões de reais até ao final de 2021.

A linha de obrigações de 400 milhões de dólares paga uma taxa de cupão anual de 5,875% de seis em seis meses, uma em abril e outra em outubro, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

"Fomos contatados pela Moelis, que disse que representa alguns detentores de títulos e está aberta a discutir opções com a Azul," disse Alex Malfitani, diretor financeiro da companhia aérea brasileira. "Não há nada em cima ou fora da mesa neste momento, estão tentando estabelecer uma linha de comunicação, e ainda não decidimos se vamos fazer algo nessa frente," disse.

"É mais filosófico do que financeiro neste momento, pois o pagamento do cupão não vai quebrar ou salvar a Azul. No final, todos vão beneficiar se a Azul sobreviver a esta crise e sair na frente." A Moelis não quis comentar.

Os acionistas Azul aprovaram esta segunda-feira a venda da participação indireta de 6% na TAP ao Estado português por 10,6 milhões de euros. A companhia aérea brasileira também aceitou abdicar de converter o empréstimo obrigacionista realizado em 2016 no valor de 90 milhões de euros em ações da TAP, mantendo-o até à maturidade, em 2026. 

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