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Warburg Pincus "pesca" Horta Osório para comprar Meo

A norte-americana Warburg Pincus juntou forças a António Horta Osório para uma oferta de mais de seis mil milhões de euros pela unidade de telecomunicações da Altice Portugal.

Duarte Roriz
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A "private equity" norte-americana Warburg Pincus aliou-se a António Horta Osório numa oferta de mais de seis mil milhões de euros pelos ativos de telecomunicações da Altice Portugal, avança esta quarta-feira o Financial Times citando fontes conhecedoras do tema. 

O antigo "chairman" do Credit Suisse não será apenas um consultor, indicam as fontes, classificando a relação na oferta como uma "parceria". Horta Osório poderá mesmo desempenhar funções na empresa, caso a proposta saia vencedora. O Negócios tentou contactar Horta Osório mas, até ao momento, não obteve resposta.

A Altice Portugal está no radar de vários investidores, tendo sido já avançado que a Saudi Telecom é um dos candidatos. Outros potenciais interessados incluem a Apax Partners, a Apollo Global Management e a CVC Capital Partners.

Contactados pelo Financial Times, quer a Altice, quer a Warburg Pincus, quer Horta Osório escusaram-se a comentar o assunto.

Aquando da notícia da Bloomberg sobre o interesse da operadora saudita, controlada maioritariamente pelo fundo soberano do reino, foi referido que as propostas deveriam ser conhecidas ainda antes do Natal.

O grupo Altice encontra-se sob pressão para reduzir o elevado volume de dívida que foi acumulando. Entre as várias empresas do grupo, a dívida líquida ronda os 60 mil milhões de dólares [cerca de 54,7 mil milhões de euros ao câmbio atual].

Em novembro, a empresa chegou a acordo para a venda de 70% do negócio de centro de dados da Altice França à Morgan Stanley. Uma operação que aguarda ainda pelas autorizações dos reguladores para ser concluída.

A Altice Internacional, que agrega a operação em Portugal, em Israel e na República Dominicana, apresentava, no final de setembro, uma alavancagem de 4,6 vezes o rácio da dívida líquida/EBITDA. Isto significa que a operadora precisaria de mais de quatro anos de atividade para pagar a dívida (sem contabilizar os juros), mais do dobro da média do setor, que, segundo o banco ING, é de 2 vezes.

A Altice já reconheceu, aliás, que a estratégia para a desalavancagem por via da redução do endividamento irá passar pela venda de ativos. E, em setembro passado, Patrick Drahi, fundador e principal acionista da Altice, admitiu numa “call” com investidores a alienação de ativos, incluindo a dona da Meo.

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