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Telecomunicações: Portugueses preferem fidelização obrigatória a ter de pagar mais

Pagar mais ou ter um período de fidelização pelos serviços de telecomunicações? Um estudo da Marktest revela que a maioria dos portugueses não está disponível para ter uma fatura mais elevada como contrapartida ao fim dos períodos de fidelização. Em contrapartida, as mudanças de operador são frequentes.

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29 de Junho de 2021 às 13:20
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Apenas 24% dos portugueses admite vir a pagar um valor extra na sua fatura de comunicações como forma de eliminar o período de fidelização obrigatório que as empresas em regra associam ao pacote de serviços. A conclusão é de um estudo realizado pela Marktest que revela, ainda, que esta percentagem fica ainda mais reduzida - cai para 17% - quando está em causa apenas uma redução do período de fidelização. O estudo foi encomendado pela APRITEL e divulgado esta terça-feira. 


As conclusões do inquérito apontam para que a existência dos ditos períodos de fidelização obrigatória seja já vista mais ou menos como um dado adquirido pelos consumidores que, no entanto, estão sempre disponíveis para mudar de operador se lhes forem dadas melhores condições de serviço ou descontos no preço - dois em cada três responde que assim é. Por outro lado, 80% dos inquiridos afirma estar satisfeito com o pacote que tem atualmente. 


Num comunicado, em que dá conta das conclusões do estudo, a APRITEL sublinha, por outro lado, que "a esmagadora maioria dos consumidores em Portugal está informada sobre o seu contrato de fidelização e sabe onde recolher essa informação", sendo que "apenas 3,6% dos inquiridos não sabem qual o seu período de fidelização associado ao seu contrato", ainda que reconheçam que, querendo, sabem onde encontrar a informação em causa. 


"A maioria dos consumidores toma decisões conscientes acerca do período de fidelização que pretende, tendo em conta os benefícios que lhe são propostos", conclui a APRITEL. E o estudo "apresenta uma imagem clara e sustentada da realidade das fidelizações no mercado das telecomunicações em Portugal", sustenta, em comunicado, Pedro Mota Soares, Secretário-Geral daquela entidade. "Os consumidores não encaram as fidelizações como um entrave à mudança, nem estas constituem um fator de desconforto nem um desvirtuar da concorrência no mercado", acrescenta o responsável. 


Pedro Mota Soares conclui, assim, que "as atuais regras de fidelização são equilibradas, trazem benefícios claros aos consumidores e têm permitido um elevado nível de investimento e inovação (o rácio Investimento/Receitas em Portugal é superior à média da UE), bem como a manutenção de preços baixos a par de um elevado nível de qualidade serviço e a manutenção de preços baixo".


Hoje em dia, a esmagadora maioria das pessoas tem um contrato com período de fidelização associado  - são 94%, segundo o inquérito da Marktest,  84% dos quais com a duração de 24 meses. 


Mudança de operador é frequente


Entre os consumidores ouvidos pela Marktest, 58% já mudou de prestador de serviços pelo menos uma vez e 33% fizeram-no nos últimos 5 anos, tendo o fator preço sido a principal razão da mudança. 


"Conclui-se, assim, que a mudança entre operadores no mercado acontece, com os consumidores a ter em conta fatores de competitividade como o preço ou a atratividade global dos pacotes de comunicações eletrónicas, não constituindo o período de fidelização um obstáculo fundamental a essa mudança", considera a APRITEL.


Por outro lado, a maioria das pessoas considera que a agregação dos serviços de comunicação num único pacote tem vantagens (67% dos inquiridos). 


O estudo foi desenvolvido pela Marktest entre 1 e 29 de março de 2021 e contou com uma amostra de 2015 entrevistas, desenhada proporcionalmente ao universo em estudo, considerando as variáveis género, idade e região e ainda o perfil do decisor das telecomunicações (Barómetro Telecomunicações 2020 – Marktest).

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