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Quem é Palha da Silva?

Foi com surpresa que há pouco mais de um mês se ficou a saber que Luís Palha da Silva não ia continuar na Galp. Chegou a ser apontado como potencial presidente executivo da petrolífera em substituição de Ferreira de Oliveira, mas com a saída do decano do petróleo da Galp também Palha da Silva se retirou. Agora surge para suceder a Mello Franco à frente da PT SGPS.

08 de Maio de 2015 às 10:44
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Não será a primeira vez que os caminhos de Palha da Silva se cruzam com o Brasil. A 29 de Maio, o ex-secretário de Estado do Comércio poderá ficar a presidir à PT SGPS, cujo único activo, actualmente, é uma participação na Oi e títulos de dívida da Rioforte. É Palha da Silva que terá a incumbência de recuperar o máximo que puder dessa perda que, no total, pode chegar aos 900 milhões de euros, caso nada seja recuperado. Ainda assim, a PT SGPS já admitiu querer recuperar mais de 15% do valor.

 

Mas a actividade de Palha da Silva na PT SGPS será em particular no Brasil. A PT SGPS continua a ser um dos accionistas de referência da Oi, um dos principais. E agora com o adiamento da entrega aos accionistas da PT SGPS da participação detida na Oi, o peso da empresa portuguesa é relevante. Também caberá a Palha da Silva e à sua equipa a decisão de comprar (ou não) mais títulos da nova Oi, exercendo a opção de compra que tem por seis anos.

 

A tarefa não é fácil. Palha da Silva já foi caracterizado como o homem de consensos. E será isso o que se pede nesta nova tarefa. 

 

Consensos que não terão chegado para manter o gestor na Galp Energia, na qual chegou à vice-presidência e foi, várias vezes, apontado como possível sucessor de Ferreira de Oliveira à frente da petrolífera. Mas quando Ferreira de Oliveira anunciou a saída, também Palha da Silva anunciou que se ia retirar da empresa. Carlos Gomes da Silva foi o escolhido por Américo Amorim para ficar à frente da Galp.

 

Palha da Silva, quando saiu da Galp, não deu explicações. Mas não tardou a encontrar o seu novo espaço.

 

Vai para perto das Amoreiras, onde já esteve. Palha da Silva liderou a Jerónimo Martins entre 2004 e 2010, depois de passar pelas funções financeiras quando, em 2001, saiu da Cimpor. Soares dos Santos explicou em tempos que o foi buscar porque precisava de um financeiro depois do desaire chamado Brasil. Mas na Jerónimo Martins, na presidência executiva, acabou substituído pelo filho Pedro Soares dos Santos. Alexandre, o pai, explicou, em tempos ao Público que "o Pedro merecia ser o CEO. Merecia! O dr. Luís Palha [da Silva] sabia isso, não foi surpresa. O problema foi que, quando quis sair, os membros do conselho de administração não-executivos disseram: 'Não queremos que saia agora'."

 

Manteve-se ainda na Jerónimo Martins, depois de 2010, e até 2013 como administrador não executivo. Mas em 2013 saiu do grupo de Soares dos Santos.

 

Na Cimpor, para onde entrou quando a empresa ainda era pública em 1996, acompanhou a administração de Sousa Gomes.

 

Palha da Silva é um gestor que, assim, já esteve em sectores tão diversos como a distribuição, os cimentos, os petróleos e agora vai gerir uma empresa que tem a participação na Oi, de telecomunicações. No início da sua carreira ainda passou por sectores como o de vidros, celuloses, química.

 

Formado em Economia no ISEG, em 1978, e em gestão de empresas na Católica, em 1981, Palha da Silva esteve no Governo de Cavaco Silva como secretário de Estado do Comércio entre 1992 e 1995. E a Cavaco Silva juntou-se para as eleições de 2011, que determinaram a escolha do actual Presidente para o segundo mandato. Palha da Silva foi o director de campanha de Cavaco Silva nessas eleições presidenciais.

 

Palha da Silva, depois de ter sido CEO da Jerónimo Martins, foi, por várias vezes, apontado como potencial presidente executivo em diferentes empresas. Volta agora ao cargo máximo na PT SGPS. Já este ano tinha assumido funções no conselho fiscal da Tranquilidade.

 

Alguns perfis publicados em órgãos de comunicação social falam de Palha da Silva como homem de consensos. Aos 59 anos. Quis ser futebolista. Jogava a ponta-de-lança, escreveu o DN em 2010. É "fervoroso" sportinguista.

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