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Operação Picoas chega aos EUA e toca nos direitos do futebol

O Ministério Público suspeita que os alegados esquemas empresariais tenham envolvido uma fornecedora da Altice USA. A Operação Picoas também investiga alegadas comissões milionárias "fictícias" com os direitos televisivos do futebol e o envolvimento da Sabseg, parceira da Liga de Clubes.

Miguel Baltazar
18 de Julho de 2023 às 09:42
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A Operação Picoas está a investigar negócios em outros mercados onde a Altice está presente, nomeadamente os Estados Unidos. Segundo o Público, o Ministério Público suspeita que os alegados esquemas empresariais de  Hernâni Vaz Pereira e Armando Pereira, que terão lesado a Altice e o Estado em mais de 100 milhões de euros, possam ter envolvido uma fornecedora de fibra óptica da Altice USA, a Excell Communications, que é atualmente detida pelo genro de Armando Pereira, Yossi Benchetrit.


Benchetrit é um dos responsáveis pela escolha dos fornecedores de equipamentos e serviços da empresa e, segundo as suspeitas do Ministério Público, poderá ser mais um testa-de-ferro da rede de negócios  que Hernâni Vaz Antunes foi construindo desde 2013, alegadamente com o apoio do amigo de longa data Armando Pereira. 


O Correio da Manhã noticia esta terça-feira que a corretora de seguros Sabseg, parceira da Liga de Clubes, também poderá estar envolvida num alegado esquema de faturação falsa com Hernâni Vaz Antunes. 


O Ministério Público suspeita que uma empresa controlada pelo empresário - a Maratona Vanguarda - produziu faturas para a Sabseg com a condição da mesma continuar a ser fornecedora do grupo Altice. Entre 2017 e 2022, as autoridades estimam que tenha havido "faturação de conveniência" no valor de 8,1 milhões.


Segundo o Jornal de Notícias, a investigação também abrange os direitos televisivos do futebol. O Ministério Público e a Autoridade Tributária suspeitam que, por instrução de Hernâni Vaz Antunes, a sua filha Jéssica, que também foi detida a par com o pai e Armando Pereira, desviou vários milhões de euros dos contratos da venda dos direitos televisivos assinados entre a Altice e vários clubes de futebol da primeira Liga. 


O Expresso também conta esta terça-feira que segundo a investigação em curso, o braço direito de Armando Pereira poderá ter lucrado ilegalmente com os negócios entre a Altice e as operadoras chinesas Huawei e Xiomi. Isto porque Armando Pereira, co-fundador da Altice, terá permitido que Hernâni Vaz Antunes aceitasse que as aquisições feitas a estes dois fornecedores fossem intermediadas pela Edge Technology - sociedade detida por Hernâni Vaz Antunes.

A compra do antigo Edifício Sapo, na Avenida Fontes Pereira de Melo, em Picoas, em Lisboa, é um dos vários negócios que está sob suspeita nesta investigação. A Altice Portugal já anunciou a abertura de uma investigação interna a estas transações que ocorreram durante o mandato do anterior presidente executivo, Alexandre Fonseca, que suspendeu funções na empresa.

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