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Oi chega a acordo com credores. Obrigacionistas da ex-PT ponderam impugnar

A negociação, que decorreu no Rio de Janeiro, envolveu apenas os maiores credores - nos quais se incluem, entre outros, os financeiros e os detentores de obrigações atuais. A Carneiro Pacheco & Associados (CPA), que representa 80% dos obrigacionistas da ex-PT, pondera impugnar o novo plano, segundo revelou fonte próxima ao Negócios.

Sergio Moraes / Reuters
Sílvia Abreu silviaabreu@negocios.pt 27 de Março de 2024 às 18:03
A saga dos obrigacionistas da ex-PT (Portugal Telecom) continua. A Oi chegou na terça-feira, 26 de março, a um acordo com os maiores credores no âmbito do plano de recuperação judicial.

Segundo fonte próxima do escritório de advogados Carneiro Pacheco & Associados (CPA), que representa 80% dos obrigacionistas da ex-PT, a negociação, que decorreu no Rio de Janeiro, envolveu apenas os maiores credores - nos quais se incluem, entre outros, os financeiros e os detentores de obrigações atuais.

"Foi dada prioridade à negociação com os credores que emprestam novo dinheiro à Oi", explica a mesma fonte em declarações ao Negócios.


O consenso entre a Oi e os maiores credores não foi fácil, tendo a assembleia-geral, que estava marcada para esta segunda-feira, sido suspensa seis vezes por falta de entendimento, acabando mesmo por derrapar para terça-feira.

Apesar de terem chegado a acordo, o plano de recuperação da Oi poderá ainda sofrer alterações até ao dia da votação final, a 10 de abril. À data de hoje não é ainda "evidente" o impacto que este novo acordo terá nos obrigacionistas da ex-PT, mas a mesma fonte diz que a CPA está a ponderar impugnar a nova versão do plano de recuperação, que "beneficia os credores financiadores em detrimento de outros credores, como os ex-obrigacionistas da Portugal Telecom, com mais de 20 mil dólares".


A Oi fixava um reembolso total dos obrigacionistas detentores de 20 mil dólares no prazo de dois anos, e que todos os outros que ultrapassassem este montante, mesmo que fosse em apenas 100 dólares, teriam de abdicar de 90% do capital que possuíam para poderem ser ressarcidos. E isto mantém-se ao abrigo do acordo atual.

Estes credores fazem parte do universo dos antigos obrigacionistas da PT e atuais credores da Oi que em 2018 aderiram à modalidade de pagamento a 12 anos, aceitando um período de carência de seis anos e um corte de 50% do crédito para serem reembolsados em tranches ao longo de seis anos, a partir de agosto de 2024, com um juro de 6%.


A Oi divulgou no início de fevereiro uma nova versão do plano de recuperação, com novas opções de reestruturação.

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