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Miguel Almeida: “À data, temos zero investido” em conteúdos desportivos
O CEO da Nos sublinha que a operadora está “tranquila” em relação aos contratos assinados com os clubes de futebol, em análise pela Concorrência. E sublinha que “não existe relação a nível institucional com a PT”.
O presidente executivo da Nos, Miguel Almeida, voltou a sublinhar que a seu tempo informará sobre os planos da operadora para a distribuição dos conteúdos desportivos que tem vindo a adquirir.
"Não é o momento para discutir o tema tão querido dos media e da opinião pública. (...) Ainda estamos a avaliar (...) e em tempo útil iremos informar os media e os clientes sobre a nossas intenções", disse Miguel Almeida esta terça-feira, 1 de Março, durante a conferência de apresentação dos resultados de 2015 da operadora.
O gestor garantiu, porém, que a Nos "está tranquila" em relação a essa questão. "Os investimentos que fazemos têm retorno", acrescentou, sem divulgar muitos mais pormenores sobre os objectivos da empresa.
Miguel Almeida relembrou, por mais do que uma vez, que apesar dos contratos estarem assinados, ainda não estão em vigor. Por isso, quando questionado sobre o montante global que a Nos investiu nas recentes compras de conteúdos desportivos, o gestor adiantou que "à data, temos zero investido", sublinhando, contudo, que "dos contratos que fizemos com os clubes nenhum deles tem investimentos à cabeça".
Questionado mais do que uma vez sobre os planos de operacionalização, quer dos direitos televisivos, quer da Benfica TV (BTV) e da Sporting TV - ou seja, como os conteúdos vai ser distribuídos - Miguel Almeida limitou-se a responder: "Idem idem, aspas aspas".
Nos últimos meses a Nos assinou contratos com duração de longo prazo com dez clubes. O primeiro a entrar em vigor é o que foi assinado com o Benfica, a 1 de Julho, para a distribuição da BTV.
A batalha pelo Porto Canal e a relação com a Meo
Em relação ao Porto Canal, o presidente executivo da Nos foi bem mais crítico, considerando que "este processo tem uma série de aspectos lamentáveis, ainda assim, não totalmente surpreendentes".
A guerra pelos direitos desportivos passou para o campo judicial no mês passado, depois da Meo ter decidido cortar o acesso daquele canal (cujos direitos de transmissão adquiriu no ano passado) aos clientes da plataforma Nos. A operadora liderada por Miguel Almeida não gostou da decisão e decidiu contestar a medida através de uma providência cautelar.
"A nossa posição sempre foi clara em relação aos conteúdos, quer genericamente quer os desportivos. Fomos sempre coerentes até que alguém resolveu alterar o paradigma de mercado", apontou Miguel Almeida. " Estamos numa posição de reagir e não pro-agir. E reagiremos no interesse dos nossos clientes", acrescentou.
Questionado sobre a actual relação entre a Nos e a Meo, e um possível acordo para a distribuição dos conteúdos que têm vindo a comprar, Miguel Almeida comentou que "a relação com as concorrentes apenas existe na rua e no mercado. Não gostava de falar muito sobre a relação". No entanto, adiantou que, "em rigor, ela não existe a nível institucional".
Quanto à actuação da Autoridade da Concorrência (AdC), que está a analisar os contratos, nomeadamente o facto de serem a longo prazo, o CEO da Nos referiu que "obviamente que a AdC nos consultou e pediu dados. Divulgámos todos os dados que nos foram solicitados. Temos profundo respeito e admiração pela Adc e, obviamente, agiremos em conformidade e respeito por aquilo que for a sua decisão".
Nos últimos meses a Nos assinou contratos com duração de longo prazo com dez clubes. O primeiro a entrar em vigor é o que foi assinado com o Benfica, a 1 de Julho, para a distribuição da BTV.
(Notícia actualizada às 13:23 com mais informação)