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Horta Osório não excluiu oferta vinculativa pela Altice "se acionistas resolverem retomar" a venda

Ex-presidente do Lloyds diz que o processo de venda da operadora portuguesa tem estado algo parado, mas que se Patrick Drahi quiser retomar contactos há disponibilidade para "olhar para o processo" e fazer oferta.

António Horta Osório, gestor, na sua apresentação, “Perspetivas Económicas para Portugal e para a Zona Euro”.
Duarte Roriz
17 de Julho de 2024 às 16:42
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Após a saída dos sauditas da corrida, António Horta Osório, antigo presidente do Lloyds que em conjunto com a Warburg Pincus tem manifestado interesse na operadora portuguesa Altice Portugal, afirma que "se os acionistas resolverem retomar o processo" há margem para fazer uma oferta vinculativa.

Em declarações no podcast Money Money, do Expresso, o gestor português evitou comentar a saída de cena da Saudi Telecom, nomeadamente o valor da oferta apresentada pelos concorrentes, dizendo apenas que "o processo tem estado algo parado".

"Vi essas notícias e o que posso dizer é o seguinte: eu, em conjunto com a Warburg Pincus e a Zeno Partners, fizemos uma proposta indicativa em relação à compra da Altice Portugal", começou por dizer Horta Osório, acrescentando que "se os acionistas [da Altice] resolverem retomar o processo e quiserem falar connosco eu e os meus sócios estamos disponíveis para analisar e potencialmente submeter uma oferta vinculativa".

Para António Horta Osório, as telecomunicações são "um setor estratégico e a Altice Portugal é uma empresa especialmente importante não só por ser líder, mas por ter importantes ativos" como os cabos submarinos, laboratórios e centros de dados.

Nesse sentido, o gestor português vincou que "a Altice Portugal faz sentido como um todo, incluindo a fibra óptica, os cabos submarinos, os laboratórios e os centros de dados", reforçando a ideia de que o conjunto de investidores que representa só fará uma proposta de compra por toda a operadora. Isto depois de, em vários momentos, a casa-mãe da antiga PT ter colocado em cima da mesa das negociações uma venda separada dos vários ativos da Altice Portugal.

Horta Osório, que fez uma proposta por um montante inferior à dos sauditas, recusou comentar os valores, um fator que terá estado na origem da desistência.

"Não vou comentar propostas concorrentes, já disse a nossa posição, é uma empresa estratégica num setor crítico e logo veremos", enfatizou.

Os sauditas da STC desentenderam-se com Patrick Drahi sobre o preço final para a compra da Altice e romperam negociações, segundo escreveu o Eco e também o Jornal Económico na semana passada.


A Saudi Telecom, que estava em negociações exclusivas com Drahi, tinha apresentado a proposta mais elevada. O negócio poderia valer oito mil milhões de euros.



Futuro do Novo Banco? Concentração da banca espanhola "é grande" e CGD já tem 25% de quota de mercado

No mesmo podcast, o gestor português foi questionado pelo interesse manifestado pelo presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, em entrevista ao Negócios, numa eventual aquisição do Novo Banco.

Para o antigo presidente do LLoyds, "o facto de o Novo Banco ter que ser vendido vai potenciar a possibilidade de haver consolidação adicional na banca portuguesa", sendo a fusão com o BCP a opção mais favorável.

"Temos um banco público já com 25% do mercado, um bom banco público e que tem sido bem gerido, o que assegura uma boa concorrência entre setor privado e setor público. Já temos mais de 40% do setor em mãos de bancos espanhóis, o que eu acho que é mais do que suficiente. É uma concentração que é grande e que não deve ser maior em termos de origem de um só país. Resta o BCP que poderia equacionar uma possível fusão com o Novo Banco", resumiu Horta Osório.

No entender do gestor, "Paulo Macedo e a equipa têm gerido a Caixa de uma maneira muito positiva", mas "25% [de quota de mercado] de um banco público é mais do que suficiente".

"A Caixa deve completar a retribuição das ajudas que recebeu dos contribuintes portugueses e tendo capital excedentário esse capital é melhor aproveitado sendo distribuído de volta ao Estado, como dividendos, e o Estado usá-lo em benefício dos portugueses, por exemplo descendo impostos", apontou.



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