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"É normal que as operações de consolidação nas telecom se multipliquem", diz CEO da Altice

Ana Figueiredo considera que o movimento de consolidação na Europa vai intensificar-se.

Miguel Baltazar
23 de Fevereiro de 2023 às 16:58
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A CEO da Altice considera que o movimento de consolidação no setor das telecomunicações não surpreende. "É normal a consolidação na indústria, [essas operações] estão a decorrer em vários países e é normal que se multipliquem. Será sim ou sim", enfatizou Ana Figueiredo num encontro com jornalistas.

Quanto à possibilidade de a Altice Portugal integrar um movimento dessa natureza em Portugal, Ana Figueiredo admite que a companhia "do ponto de vista estratégico está sempre disponível para analisar oportunidades" mas sublinha que "do ponto de vista regulatório dificilmente nos deixariam".

A presidente executiva da empresa passou em revista o ano de 2022 e salientou algumas metas para o futuro da companhia, incluindo a de aumentar de 30% para 40% o número de mulheres em cargos de liderança até 2030. 

No ano passado, salientou, o tráfego de Internet cresceu 27%, o que trouxe exigências adicionais à rede. "70% do tráfego é gerado por streaming, gaming e redes sociais", sublinhou, e os operadores têm de saber responder, tornando as redes mais robustas. Usando uma analogia com o setor da construção, disse: "Seria como acrescentar uma faixa às autoestradas todos os anos".

Nos últimos 10 anos o setor em Portugal investiu 19% das receitas, disse.

Custo dos serviços é de "um café" por pessoa

A Altice anunciou um aumento de 7,8% do preço dos serviços - em linha com a inflação de 2022 - e a CEO sublinha que "a atualização é feita apenas na mensalidade e não nos outros componentes da fatura", como é o caso dos canais premium.

Ana Figueiredo entende que a empresa "não fez nada de diferente do que foi feito na Europa", e que Portugal foi mesmo "dos países em que o aumento foi mais baixo".

A presidente executiva da Altice salientou também que o custo de algumas matérias primas que afetam a atividade da empresa subiram muito mais: "O preço do aço cresceu 40%", destacou, "e preciso de aço para o 5G".

O setor, realçou, "não tem contribuído para a inflação, pelo contrário, somos uma industria deflacionária", com um aumento, nos últimos 10 anos, de 1,8%, enquanto a subida de preços geral foi de 8,1%.

E exemplificou com o preço cobrado aos clientes do serviço M4O, que "em 2013 custava 79,99 euros e hoje custa 67 euros e tem mais serviços. Os dados no telemóvel, por exemplo, cresceu mais de 25 vezes, de 200 MB para 5GB.

Em média, cada pessoa paga pelos serviços de telecomunicações 70 cêntimos por dia. "É um café", indicou.

Questionada sobre as afirmações do presidente do regulador do setor - que considerou as fidelizações nos serviços de telecomunicações "um embuste" - Ana Figueiredo sublinhou que os clientes da Altice "tem a opção de subscrever serviços sem fidelização".

Sobre o papel do regulador ANACOM - que tem tido uma relação crispada com os operadores - a CEO preferiu sublinhar que "o mais importante é que exista uma agenda regulatória clara que permita o investimento", e que "existam canais de comunicação e diálogo". "É do diálogo que surgem soluções", enfatizou.
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