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Concorrência brasileira aprova a venda da rede móvel da Oi

A Oi considera a venda de seus ativos em redes móveis vital à sua sobrevivência e para o sucesso do processo de reestruturação que acordou com a Justiça para reduzir a dívida, que hoje atinge quase 30 mil milhões de reais (5,7 mil milhões de euros).

Operadora brasileira Oi, participada da Pharol, entrou em processo de recuperação judicial em meados de 2016. Já passaram cinco anos.
DR
09 de Fevereiro de 2022 às 22:25
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O tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Económica (CADE), órgão que fiscaliza a livre concorrência no Brasil, aprovou hoje a venda da rede móvel da operadora Oi às empresas Telefónica, Claro e TIM.

A venda dos ativos da Oi às maiores empresas do setor de telecomunicações com operação no país sul-americano foi aprovada numa votação renhida que condicionou a negociação ao prévio cumprimento de medidas para garantir a livre concorrência e a entrada de novos operadores de telecomunicações no país.

O CADE aprovou o polémico processo numa votação com três votos a favor e três votos contra em que prevaleceu o chamado 'voto de qualidade' do presidente do conselho, Alexandre Cordeiro, que manifestou opinião favorável à negociação.

O julgamento ocorreu depois de o Ministério Público brasileiro ter pedido ao CADE que anulasse a venda dos ativos de comunicações móveis do grupo Oi às concorrentes.

Num relatório endereçado ao CADE, o Ministério Público brasileiro propôs que fosse investigado se houve infração por 'gun jumping', ou seja, por incumprimento da obrigação de notificar a operação de concentração ao órgão regulador antes de executá-la.

Ao longo da reunião que terminou com a aprovação da venda dos ativos da Oi, o instrutor do processo, Luis Henrique Braido, também argumentou que a venda dos ativos da Oi às suas três principais rivais criaria um 'triopólio' no Brasil, com três empresas com 98% do mercado de telefonia móvel no país.

A sua votação foi acompanhada pelos conselheiros Paula Farani e Sérgio Ravagnani.

Embora a posição da relator tenha sido seguida pelos dois membros do CADE que votaram em seguida, a quarta, conselheira Lenisa Rodrigues, votou pela aprovação da venda e argumentou que a livre concorrência já está garantida com a chegada de novos 'players', após a recente leilão que concedeu as concessões para operar a telefonia móvel 5G no Brasil.

Rodrigues frisou também que a aprovação está condicionada ao cumprimento prévio, antes do feccho da operação, de todos os compromissos que as três compradoras negociaram com a Superintendência do CADE para garantir a livre concorrência no setor.

Entre esses compromissos está a transferência ou aluguer de estações móveis e espetro da Oi para que terceiros possam partilhá-los e entrar em concorrência com as três grandes operadoras, e a oferta de venda de parte de suas estações rádio-base (antenas).

As duas outras manifestações favoráveis a venda da telefonia móvel da Oi para três empresas rivais foram de Luiz Hoffmann e do presidente do CADE, Alexandre Cordeiro.

A Oi considera a venda de seus ativos em redes móveis vital à sua sobrevivência e para o sucesso do processo de reestruturação que acordou com a Justiça para reduzir a dívida, que hoje atinge quase 30 mil milhões de reais (5,7 mil milhões de euros).

A Oi detém cerca de 16% do mercado de telefonia móvel no Brasil, atrás da TIM (20,6%), Claro (28%) e Telefónica Brasil (33%).
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