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Anacom já está a falar com operadores para restringir fornecedores no 5G
O presidente do regulador indicou que a Anacom está a fazer tudo para que a deliberação sobre restrições aos fornecedores nas redes 5G seja cumprida e que já se encontra a trocar informações com os operadores.
A Anacom está a dar seguimento à deliberação da Comissão de Avaliação de Segurança que prevê a exclusão de determinadas empresas da rede 5G e garante que os operadores têm transmitido a informação pedida.
"O que estou em condições de partilhar é que a informação tem sido transmitida na medida em que tem sido solicitada", afirmou o presidente da Autoridade Nacional das Comunicações, João Cadete de Matos, garantindo que já foi pedido aos operadores toda a informação necessária. As declarações foram feitas numa conferência de imprensa, a propósito do lançamento de uma ferramenta geoespacial que permite perceber a cobertura de rede dos diferentes operadores, que contou com a presença de quatro membros do Governo, entre os quais a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e o secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo.
A Huawei avançou no início deste mês com uma ação administrativa na justiça contra a deliberação. Sobre se o processo irá afetar a decisão de Portugal, Cadete de Matos afirmou: "É uma matéria em que vamos ter de aguardar, o importante é dizer que estamos a trabalhar de forma articulada".
"Os processos em tribunal vão andando e nós vamos trabalhando", acrescentou Ana Abrunhosa.
Cadete de Matos garantiu que a Anacom "tudo está a fazer para que as decisões sejam implementadas" e disse ter confiança de que a implementação será "levada a bom porto". A plataforma geoespacial esta segunda-feira apresentada, a GEO.Anacom, é aliás um passo nesse sentido, uma vez que, segundo revelou o responsável pelo regulador das comunicações, além de permitir conhecer em tempo real a cobertura de redes de comunicações de todos os operadores em todo o país, "terá camadas que não são públicas" e que permitem saber, por exemplo, os componentes que cada operador utiliza.
As operadoras já estão a preparar os planos de implementação das deliberações da Comissão de Avaliação de Segurança, mas o regulador não divulgou qual o prazo que têm para apresentá-los. Na mesma conferência, o secretário de Estado da Digitalização, Mário Campolargo, afirmou que "a decisão está a seguir os trâmites normais", recusando prestar mais esclarecimentos sobre o tema.
Certo é que o Governo não vai adiar as metas de cobertura do 5G. A garantia foi dada pela ministra da Coesão Territorial quando questionada sobre se esta decisão, que foi conhecida em maio e que poderá traduzir-se em custos para os operadores, poderia levar a um adiamento das metas. "Temos no 5G um conjunto de metas e queremos em 2025 chegar à cobertura desejada quer no 5G, quer na fibra ótica", afirmou. O prazo para a primeira meta termina já este ano, com a obrigação de uma cobertura 5G de 75% da população.
Notícia atualizada às 18h23