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Anacom: "É expectável que Digi entre no mercado até novembro"
A presidente da Anacom revelou que têm tido reuniões reguladores com a operadora romena. E apela aos atuais "players" para não criarem obstáculos à entrada da operadora romena.
A presidente do regulador do setor de telecomunicações (Anacom) revelou que a Digi deve lançar as primeiras ofertas em Portugal até novembro, ou no máximo até ao final do ano. Durante a sua audição no Parlamento, Sandra Maximiano aproveitou para deixar o pedido às restantes operadoras para não criarem obstáculos à entrada da empresa romena.
"É expectável que a entrada da Digi ocorra até novembro ou, alargando um bocado o prazo, até ao final do ano", respondeu Sandra Maximiano às perguntas dos deputados da Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação sobre a data esperada da tão aguardada chegada da Digi ao mercado nacional. Como o Negócios tinha noticiado, a Digi atirou para o segundo semestre o lançamento de ofertas comerciais em Portugal.
A presidente da Anacom adiantou ainda que tem tido reuniões com a Digi "para perceber" as necessidades e "mostrado a nossa disponibilidade na resolução destes obstáculos".
E aproveitou para deixar o apelo à Meo, Nos e Vodafone Portugal:"Seria importante deixar claro que, da nossa parte, queremos muito que os operadores que estão hoje em dia não obstaculizem a entrada da Digi criando barreiras que dificultem essa entrada. E, como exemplifiquei nos três pontos anteriores, é muito fácil criar barreiras", acrescentou.
Inicialmente, a empresa romena previa entrar no mercado português em abril deste ano. Um prazo que derrapou e aumentou as expectativas do mercado. O novo calendário, para o segundo semestre, foi indicado pelo presidente executivo da Digi Communications, Serghei Bulgac, durante a última conferência telefónica com analistas que acompanham a empresa.
Nesse encontro, os responsáveis da operadora – que além da Roménia também está em Espanha e Itália –, acabaram por desvendar mais alguns pormenores sobre a operação em Portugal. Revelaram que vão competir na rede móvel e na rede fixa e estas ofertas vão ser lançadas ao mesmo tempo e que o mercado empresarial (B2B), uma aposta que têm na Roménia por exemplo, não está no radar para o mercado português.
No que toca à expansão da cobertura de redes, revelaram que o objetivo é estar no continente. Numa fase inicial, pelo menos, não está previsto estar presente nos Açores e na Madeira. Questionada sobre esta informação, Sandra Maximiano disse não ter mais detalhes, mas lembrou que a Digi já investiu em rede própria nas ilhas.
Há espaço no mercado?
Os principais operadores têm alertado que não há espaço para mais operadores no mercado. Uma posição que não é partilhada pela Anacom.
Para Sandra Maximiano "um dos sinais que existe lugar é a vontade de investir da Digi", apontou, acrescentando que ninguém faria investimentos avultados caso não esperasse retorno. "Desse ponto económico há um sinal claro que existe espaço para esse operador". "O mercado irá informar-nos do número ideal de operadores", reforçou.
(Notícia atualizada às 11h17)