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Meo: Sindicatos dizem que CEO nega planos para vender. "Foco" é operação, afirma Altice
A CEO da Altice Portugal garantiu que não há planos para vender a operadora, segundo os sindicatos, que dizem que reunião não apagou preocupações. Fonte oficial da Altice reitera foco na operação.
A CEO da Altice Portugal, Ana Figueiredo, garantiu, segundo os sindicatos, que não há planos para vender a operadora e classificou como rumores as notícias que dão conta da hipótese.
Admitiu, contudo, a existência de "um levantamento de quanto vale a empresa no mercado", revelou Eduardo Colaço, secretário nacional e coordenador do setor das telecomunicações do Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviço (SINDETELCO), ao Negócios.
Confrontada com estas declarações, fonte oficial da Altice Portugal diz que "não comenta as declarações atribuídas ao representante do SINDETELECO e do STPT, e que fazem título do Negócio", remetendo o tema para o que foi dito na "call" de apresentação de resultados da Altice Internacional e Altice França, nos dias 7 e 8 de agosto e reitera que "a empresa continua focada na operação, na entrega do seu plano estratégico e em entregar os melhores serviços aos seus clientes, parceiros e aos portugueses por via da inovação e da tecnologia que desenvolve".
Recorde-se que na conferência em causa com os investidores em dívida, que decorreu no início de agosto, Patrick Drahi referiu que o grupo tenciona ir ao mercado na segunda metade deste ano, de forma a fazer face às obrigações com maturidade em 2025, complementando esta estratégia com a venda de ativos. Na altura, contudo, não especificou quais os ativos em causa, tendo apenas falado sobre o centro de dados que a Altice Portugal detém na Covilhã.
"Não nos tranquiliza"
Mas, apesar da garantia de Ana Figueiredo, dada na reunião que decorreu esta manhã, tal como avançou o Negócios ontem, os sindicatos mantêm-se receosos quanto ao futuro da empresa.
"Não nos tranquiliza porque já no passado vimos isto. A Altice não nos tranquiliza porque é normal dizerem uma coisa e fazerem outra", acrescenta o responsável pelo SINDETELCO, dando como exemplo o despedimento coletivo que a operadora levou a cabo em 2021. "Cerca de um mês antes tinham dito que não era verdade e que se tratavam de rumores", salienta.
Também o Sindicato dos Trabalhadores do grupo Altice (STPT) assume estar de pé atrás. "Deu impressão que não está para venda. Gostaríamos de acreditar, mas não temos certeza", afirmou Eduardo Mendonça, dirigente do sindicato, ao Negócios.
Drahi poderá falar aos sindicatos
Os sindicatos questionaram a CEO da Altice Portugal sobre a hipótese de Patrick Drahi, fundador e acionista maioritário do grupo de telecomunicações, ter uma reunião com os sindicatos portugueses, à semelhança do que aconteceu em França. Algo que, garantiu Eduardo Colaço ao Negócios, traria uma maior "tranquilidade".
"Disse-nos que ele [Drahi] está a equacionar a possibilidade, mas não é certo", refere, reforçando que seria algo importante. "Queríamos ouvir do próprio acionista a garantia."
A Operação Picoas, que suspeita de uma viciação do processo decisório do grupo e que tem Armando Pereira - co-fundador da Altice - como principal suspeito, foi também um dos temas abordados durante o encontro com os sindicatos.
Questionada sobre detalhes relativos à investigação, Ana Figueiredo terá garantido que a empresa está a fazer tudo para minimizar o impacto nos trabalhadores, remetendo mais desenvolvimentos para o final da auditoria interna que a operadora está a levar a cabo, que deverá estar concluída até ao final deste ano.
As incertezas quanto ao futuro da Altice instalaram-se a 13 de julho, quando foi conhecida uma investigação ao grupo, que resultou em vários detidos e levou à suspensão de altos cargos nas diferentes unidades de negócios, desde Portugal aos Estados Unidos.
[Notícia atualizada às 19h32 com resposta oficial da Altice Portugal]
Admitiu, contudo, a existência de "um levantamento de quanto vale a empresa no mercado", revelou Eduardo Colaço, secretário nacional e coordenador do setor das telecomunicações do Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviço (SINDETELCO), ao Negócios.
Recorde-se que na conferência em causa com os investidores em dívida, que decorreu no início de agosto, Patrick Drahi referiu que o grupo tenciona ir ao mercado na segunda metade deste ano, de forma a fazer face às obrigações com maturidade em 2025, complementando esta estratégia com a venda de ativos. Na altura, contudo, não especificou quais os ativos em causa, tendo apenas falado sobre o centro de dados que a Altice Portugal detém na Covilhã.
"Não nos tranquiliza"
Mas, apesar da garantia de Ana Figueiredo, dada na reunião que decorreu esta manhã, tal como avançou o Negócios ontem, os sindicatos mantêm-se receosos quanto ao futuro da empresa.
"Não nos tranquiliza porque já no passado vimos isto. A Altice não nos tranquiliza porque é normal dizerem uma coisa e fazerem outra", acrescenta o responsável pelo SINDETELCO, dando como exemplo o despedimento coletivo que a operadora levou a cabo em 2021. "Cerca de um mês antes tinham dito que não era verdade e que se tratavam de rumores", salienta.
Também o Sindicato dos Trabalhadores do grupo Altice (STPT) assume estar de pé atrás. "Deu impressão que não está para venda. Gostaríamos de acreditar, mas não temos certeza", afirmou Eduardo Mendonça, dirigente do sindicato, ao Negócios.
Drahi poderá falar aos sindicatos
Os sindicatos questionaram a CEO da Altice Portugal sobre a hipótese de Patrick Drahi, fundador e acionista maioritário do grupo de telecomunicações, ter uma reunião com os sindicatos portugueses, à semelhança do que aconteceu em França. Algo que, garantiu Eduardo Colaço ao Negócios, traria uma maior "tranquilidade".
"Disse-nos que ele [Drahi] está a equacionar a possibilidade, mas não é certo", refere, reforçando que seria algo importante. "Queríamos ouvir do próprio acionista a garantia."
A Operação Picoas, que suspeita de uma viciação do processo decisório do grupo e que tem Armando Pereira - co-fundador da Altice - como principal suspeito, foi também um dos temas abordados durante o encontro com os sindicatos.
Questionada sobre detalhes relativos à investigação, Ana Figueiredo terá garantido que a empresa está a fazer tudo para minimizar o impacto nos trabalhadores, remetendo mais desenvolvimentos para o final da auditoria interna que a operadora está a levar a cabo, que deverá estar concluída até ao final deste ano.
As incertezas quanto ao futuro da Altice instalaram-se a 13 de julho, quando foi conhecida uma investigação ao grupo, que resultou em vários detidos e levou à suspensão de altos cargos nas diferentes unidades de negócios, desde Portugal aos Estados Unidos.
[Notícia atualizada às 19h32 com resposta oficial da Altice Portugal]