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Altice: Oferta comercial do 5G só no final de 2020

O líder da Meo lamenta que “a liderança que Portugal tinha hoje, já a tenha perdido no 5G”. E alerta que o calendário para a migração da TDT demora nove meses, o que fará com que a oferta comercial do 5G não avance antes do final de 2020.

Vítor Mota
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O presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, alertou esta segunda-feira que, tendo em conta que o processo da migração da TDT ainda está em consulta pública, e a libertação da frequência dos 700 Mhz demora nove meses, só no terceiro trimestre é que este espetro estará disponível para o 5G e, consecutivamente, para avançar com a oferta comercial da rede de nova geração.

"Habituámo-nos a ver Portugal no topo com o 2G, 3G e 4G. A liderança que tínhamos hoje já perdemos no 5G e o responsável é o regulador", criticou o líder da Meo num encontro com jornalistas.

A Altice Portugal tem sido uma das vozes mais críticas e que mais tem alertado para o impacto do atraso da implementação da estratégia para o 5G em Portugal.  Avisos que recentemente também foram feitos pelo secretário de Estado das Comunicações, Souto de Miranda. Aliás, como o governante disse em entrevista ao Negócios, o atraso da atribuição das licenças 5G está relacionado com a demora na consulta pública que está a cargo da Anacom.  

Na base desta demora, segundo Souto de Miranda, está o "diferendo" sobre o "legado" da frequência dos 3,5 Ghz atribuída à Dense Air. Esta empresa, que é detida pelo Softbank, adquiriu esta frequência no início dos anos 2000 e parte do espectro desta faixa foi atribuído até 2024/2025. "Temos a necessidade de garantir espetro suficiente na frequência dos 3,5 gigahert (Ghz). Sucede que parte desse espetro – por circunstâncias históricas - está nas mãos de uma empresa. É urgente que a Anacom o recupere para que o acesso ao 5G possa ser feito em condições de igualdade de oportunidades e salvaguardando a sã concorrência", alertou o secretário de Estado.

Para Alexandre Fonseca, se este problema com a Dense Air for resolvido é possível ter o 5G mais cedo. Mas deixou o alerta de que este espetro tem o "downside do sinal no interior dos edifícios".

Tendo em conta o atual cenário de atraso no processo, Alexandre Fonseca aproveitou para relembrar que "a maioria dos países da União Europeia já tem leilões agendados ou executados e alguns serviços já a funcionar. Portugal nada. Estamos às escuras. À data de hoje continuamos sem um calendário, sem termos uma visão estratégica", referiu. E estes "atrasos são única e exclusivamente atribuíveis ao regulador setorial [Anacom]", apontou.

"Não sei quando, ou se vai haver leilões, quanto teremos de gastar, que níveis de cobertura teremos que ter…". "O regulador continua a mostrar uma postura preocupante para o país". E "esta é uma situação que não pode continuar porque está a penalizar o país. O regulador deve tirar daí as suas ilações".

Alexandre Fonseca revelou ainda que o regulador poderá estar a equacionar "disponibilizar o espetro a outros "players" além dos operadores tradicionais, o que não tem racionalidade", porque irá penalizar a qualidade.

Para o presidente executivo da dona da Meo, a falta de avanços do processo demonstra que "Portugal está alheado desta tecnologia e do impacto que tem para o mercado". E exemplificou:" Há projetos industriais que se podem perder. O 5G é muito importante na automação da indústria automóvel. Há investimentos que se podem perder", reforçou.

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