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Altice alerta que Europa está atrasada no digital por não haver investimento suficiente
A presidente executiva da Altice acredita que "nunca é tarde demais para acordar" e resolver os desafios da economia digital. Mas alerta que a Europa já está atrasada e se não correr para apanhar o comboio, não só ficará atrás dos EUA e da China como também do Médio Oriente.
A presidente executiva da Altice Portugal alerta que a falta de rentabilidade do setor pode pôr em causa investimentos futuros, e comprometer o trajeto da Europa para a liderança digital. Confessa que não é fácil convencer acionistas a investir se a indústria não for lucrativa o que poderá empurrar a Europa para o fim da corrida da economia digital.
"O setor de telecomunicações tem feito o seu trabalho na construção de infraestruturas e na promoção da economia digital. Mas se olharmos para o futuro, estamos atrasados face a mercados como os Estados Unidos ou China porque não há investimento suficiente", comentou Ana Figueiredo na conferência da associação de operadores Connect Europe, promovida pela Altice. E foi mais longe: "Se não nos apressarmos, ficaremos atrás do Médio Oriente", avisou.
Segundo a gestora, esta situação deve-se à "rentabilidade ser cada vez mais difícil", defendeu, lembrando que métricas como as receitas por utilizador (ARPU) têm estado me queda há anos. Isto ao mesmo tempo que os operadores têm investido várias centenas de milhões de euros no 5G, tecnologia que ainda não dá retorno económico.
"Somos uma indústria de capital intensivo e a minha preocupação é como vamos responder a esses desafios.
Temos de encontrar soluções - quer o setor privado, como o público e reguladores - para nos tornamos mais competitivos. Se não conseguirmos ter rentabilidade, não vamos conseguir responder a estes desafios", reforçou.
A CEO da Altice tem noção que é difícil alcançar consenso entre os 27 da União Europeia, mas é preciso fazer alguma coisa . "É preciso tornar a Europa grande outra vez", disse, em alusão ao popular slogan da campanha de Donald Trump.
Ana Figueira está confiante que não será tarde para apanhar o comboio. "Nunca é tarde demais para acordar, os diagnósticos estão feitos e em termos de infraestruturas digitais em Portugal as coisas estão feitas. Agora as empresas têm que fazer essa transformação".