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Venda da Meo? "Não temos discussões em curso com ninguém"
A presidente executiva da Altice Portugal, Ana Figueiredo, garande que o grupo não está em negociações para "compra ou venda" de ativos. E defende que reguladores deviam olhar para a consolidação das infraestruturas de telecomunicações.
Depois do fim das negociações com a Saudi Telecom para a compra da operação da Altice em Portugal, a presidente executiva da dona da Meo garante que não há conversas em curso. "Não temos discussões em curso com ninguém relativamente a compra ou venda", disse Ana Figueiredo à margem da conferência da associação de operadoras Connect Europe promovida esta sexta-feira pela Altice.
Questionada sobre o anúncio feito pela casa mãe de estarem a estudar a alienação de ativos isoladamente, como a restante parte da rede de fibra ou o data center da Covilhã, a CEO disse preferir não fazer comentários "sobre temas que possam estar a ser discutidos".
No final de agosto, numa conferência com analistas, a Altice esclareceu que não está nos planos a venda da operação em Portugal em breve, mas continua a explorar outras oportunidades. Estas opções podem passar pela venda de alguns ativos em separado e não pela operação como um todo. Um cenário, assim, repetido depois de em em 2021 Patrick Drahi ter carregado no botão de "pausa" para vender a Meo por não ter recebido ofertas que chegassem perto do valor pretendido.
Além de ativos imobiliários e da operação de telecomunicações propriamente dita, a Altice tem uma participação maioritária na Fastfiber, que detém a rede de fibra. Em 2019 vendeu 49,99% desta empresa à Morgan Stanley Infrastructure Partners. E também é dona do centro de dados da Covilhã, que recentemente também foi alvo de negociações para venda com o fundo Horizon Equity Partners, e da Altice Labs em Aveiro – a antiga PT Inovação.
Consolidação de infraestruturas?
Ainda sobre o tema da venda de ativos, a responsável lembrou que tem sido uma tendência. "Efetivamente, o que tem vindo a ocorrer em muitas operadoras europeias para suster a vaga de investimento é a venda de parte de alguns dos seus recursos, ou seja, as torres ou partilha também de investimento", explicou.
Ana Figueiredo aproveitou ainda para comentar que "às vezes há muita preocupação do ponto de vista regulatório relativamente à consolidação do setor, mas está a haver uma consolidação do lado das detentoras de infraestruturas que são detidas talvez por meia dúzia ode players ou "private equities" a nível europeu ou a nível mundial". Nesse sentido, considera que os reguladores deveriam "olhar também para esse tipo de consolidação". A Cellnex, American Tower Corporation, Helios Towers Africa, Indus Towers ou a SBA Communications Corporationou são alguns exemplos de empresas que atua nesta área.
Aproveitando a presença dos vários operadores que integram a Connect Europe, que representam 230 milhões de clientes no espaço europeu e são responsáveis por 70% do investimento, destacou que com a quebra da rentabilidade o setor está a passar um "momento crítico".
"Sem investimento numa indústria tão crítica como as telecomunicações, isso vai ser impetitivo também para o desenvolvimento do modelo económico da Europa, porque somos basilares para todas e todas as indústrias", concluiu.
(Notícia atualizada às 15h)