Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

A optimização da liquidez é “o mantra da Oi”

O CEO da Oi, Bayard Gontijo, garantiu que estão a trabalhar na optimização da liquidez e do perfil de endividamento e a seu tempo comunicará ao mercado novas decisões. A venda da Unitel continua em "stand by".

Bayard Gontijo, presidente executivo da Oi
Miguel Baltazar/Negócios
24 de Março de 2016 às 16:53
  • ...

"A gestão da Oi está a trabalhar com o conselho de administração para encontrar alternativas estratégicas para a optimização da liquidez e do perfil de endividamento". A garantia foi dada pelo presidente executivo da operadora, Bayard Gontijo, esta quinta-feira durante a conferência telefónica com investidores e analistas.

 

O responsável da Oi, que tem a Pharol como maior accionista com 27,5% do capital, sublinhou ainda que estão "a trabalhar todos os dias para controlar os custos e melhorar a eficiência operacional e a liquidez" da empresa. "É o mantra aqui na Oi", acrescentou.

Questionado sobre as propostas que estão me cima da mesa para cumprir esse objectivo, Bayard Gontijo relembrou apenas que contraram a norte-americana PJT Partners para auxiliar a Oi na avalização de alternativas estratégicas.

Neste seguimento, "não podemos comentar. Assim que tivermos uma decisão final comunicaremos ao mercado", disse.

A 31 de Dezembro de 2015 a dívida líquida da Oi situava-se em 38,1 mil milhões de reais (9,4 mil milhões de euros), um aumento de 24,8% face ao mesmo período de 2014.

Como já foi noticiado, nas últimas semanas a Oi tem estudado opções para diminuir o seu forte endividamento. Os accionistas portugueses da Pharol também estarão em conversações com fundos norte-americanos, entre outros, para avaliar um possível reforço de capital na operadora, depois do fundo russo LetterOne ter abandonado as negociações exclusivas com a Oi no seguimento da TIM não estar interessada em avançar com uma combinação de negócios.

Quanto aos activos de África, que impactaram pela negativa os resultados da Oi relativos a 2015, Bayard Gontijo adiantou apenas que não "há novidades" no processo da venda da Unitel.

"Estamos a discutir [venda da Unitel] com algumas partes interessadas, que são os nossos parceiros lá. Mas não há novidades"; sublinhou, acrescentando que o activo da Unitel está avaliado em 5,5 mil milhões de reais (1,3 mil milhões de euros), nas contas da Oi.

A guerra entre a Oi e Unitel em torno da venda desta participação, herdade pela PT através da PT Ventures, é antiga, tendo gerado até processos em tribunal.

O conflito começou em Setembro de 2014, quando a operadora brasileira anunciou que queria alienar a participação de 25% que detém na Unitel, através da Africatel – veículo que passou para as mãos da brasileira no âmbito da combinação de negócios com a PT e detido em 75% pela Oi.

A Unitel, que tem a empresária Isabel dos Santos como uma das principais accionistas, argumenta ter o direito de preferência sobre esta fatia de 25% que a PT detinha na Unitel em caso de processos de venda ou fusão (como aconteceu no caso da Oi/PT), no âmbito do acordo parassocial e a Lei das Sociedades Comerciais. Além disso, a Oi chegou a admitir ter recebido da Samba Luxco, que detém os restantes 25% da Africatel, um "suposto direito de vendas das acções ("put") por ela detidas na Africatel".

Uma das consequências deste braço-de-ferro tem sido o atraso no pagamento de cerca de 240 milhões de euros de dividendos da Unitel à PT, dívida que entretanto passou para as contas da Oi, pendente da resolução deste diferendo.

Ver comentários
Saber mais Bayard Gontijo PJT TIM África PT PT Ventures Unitel Pharol Isabel dos Santos Samba Luxco
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio