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Yahoo espiou centenas de milhões de emails dos seus clientes

A pedido do FBI e da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, a Yahoo criou em 2015 um programa secreto para espiar os emails dos seus clientes e passar informação relevante a estes organismos.

Bloomberg
Negócios 04 de Outubro de 2016 às 21:12
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A Yahoo espiou centenas de emails dos seus clientes, refere a Reuters, citando ex-trabalhadores da tecnológica e uma terceira pessoa ao corrente dos factos.


Segundo as informações que vieram agora a lume, a Yahoo criou no ano passado, no âmbito de uma directiva governamental dos EUA, um programa secreto para procurar informação específica no correio electrónico dos seus clientes privados e enviá-la ao FBI e NSA.


Vários especialistas em vigilância electrónica sublinham que esta não é a primeira vez que uma empresa de Internet acede a pedidos dos EUA para espiarem os seus clientes, aplicando filtros que procuram mensagens e palavras específicas nas caixas de entrada dos emails dos seus utilizadores, refere, por seu lado, o El País.


A Reuters não conseguiu ainda apurar que tipo de informação foi transmitida pela Yahoo às autoridades norte-americanas nem se o governo dos EUA solicitou serviços similares a outras empresas do sector. A Microsoft e a Google, por exemplo, quando questionadas sobre este assunto, escusaram-se a comentar.


Nos termos da nova legislação aprovada em 2008, os serviços de inteligência norte-americanos podem solicitar às empresas nacionais informação sobre os seus clientes. A justificação é que estes dados ajudam as autoridades a detectar e evitar redes terroristas que operam no país.


As revelações de Edward Snowden, que trabalhou na NSA e foi responsável pela fuga de muita informação relevante e confidencial, revelou pormenores sobre este tipo de programas nos últimos anos e obrigou o governo dos EUA a reduzir a sua vigilância electrónica de modo a obedecer aos direitos de privacidade dos cidadãos.


A Yahoo, liderada por Marissa Meyer (na foto), poderia ter recusado o pedido das autoridades, usando dois argumentos: a imensa quantidade de informação que era pedida e a necessidade de ter de criar um programa específico para filtrar as caixas de entrada dos emails dos seus clientes, salienta o El País. Foi precisamente isso que fez a Apple, quando em inícios do ano recusou criar um programa especial para que o FBI acedesse ao iPhone encriptado do atirador responsável pelo massacre de San Bernardino em 2015. 

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