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Twitter tomba mais de 10% após estagnação nos utilizadores
A evolução de utilizadores mensais ficou abaixo do esperado pelos analistas e as receitas publicitárias também desceram, penalizando o conjunto da facturação. Os títulos da rede social afundam mais de 10% no período de pré-negociação.
Os títulos da rede social Twitter estão a afundar em bolsa, no período de pré-negociação, depois de a empresa ter comunicado ao mercado a estabilização do número de utilizadores em base mensal, o que ficou aquém das previsões dos analistas.
Entre os dois primeiros trimestres do ano, de acordo com as contas conhecidas esta quinta-feira, 27 de Julho, o número de utilizadores mensais activos manteve-se nos 328 milhões, quando as estimativas de analistas reunidas pela FactSet e citadas pela Reuters apontavam para um crescimento ligeiro em cadeia, para os 328,8 milhões.
Ainda assim, apesar da estagnação trimestre sobre trimestre, este número representou um crescimento de 5% face ao mesmo período do ano passado. Já a taxa de crescimento de utilizadores activos diariamente na rede aumentou a um ritmo menor do que no trimestre anterior - 12% face aos 14% de variação homóloga registados no primeiro trimestre.
As contas mostram ainda que as perdas da empresa dona da rede social Twitter se agravaram no segundo trimestre, penalizadas pelo registo de imparidades.
A empresa terminou este período com prejuízos de 116 milhões de dólares, acima dos 107 milhões registados no período homólogo de 2016 e dos 61,56 milhões negativos do primeiro trimestre, penalizadas pelo registo de uma imparidade de 55 milhões de dólares.
As receitas caíram 5% para 574 milhões de dólares, ainda assim acima dos 537 milhões esperados pelos analistas. O negócio nos EUA recuou 7% e 1% a nível internacional.
As receitas de publicidade caíram 8% em termos homólogos - sinalizando a dificuldade de converter em receitas a frequência da rede pelos utilizadores -, para 489 milhões de dólares. O Twitter realça, ainda assim, os fundamentais subjacentes do negócio melhoraram no trimestre.
"É uma plataforma de nicho. (...) Sempre foi e sempre continuará a ser," considera o analista Brian Wieser, da Pivotal Reasearch, em declarações à Bloomberg, evidenciando as dúvidas sobre o potencial de crescimento da rede.
As parcerias para a distribuição de conteúdos - uma das tentativas de ampliar a audiência e a receita publicitária - levaram à difusão de mais de 1.200 horas de vídeos (contra 900 horas no primeiro trimestre) em 625 eventos, que chegaram a 55 milhões de espectadores únicos, um aumento de 22% em relação ao primeiro trimestre.
No segundo trimestre este negócio acrescentou 40 novas parcerias, mas este foi também um período de percalço para a empresa, que perdeu para a Amazon a transmissão online dos jogos da liga de futebol americano NFL.
Na nota aos accionistas, a rede social dá ainda conta das transformações levadas a cabo nos últimos meses para tornar o uso mais simples, rápido e seguro, dando conta da diminuição do número de reportes por situações abusivas no Twitter.