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Redes sociais: um pau de dois bicos
As redes sociais tornaram-se aliadas de peso de quem procura emprego. Funcionam como uma "montra" onde todas as competências podem ser divulgadas. Mas nem tudo deve estar alcance de quem recruta.
Há muito que a procura de emprego deixou de se resumir aos anúncios do jornal. Também já não passa só pelos "sites" agregadores de propostas de trabalho. As redes sociais são hoje importantes ferramentas que, se utilizadas da forma correcta, permitem dar acesso a um sem número de ofertas de emprego. E dão também a possibilidade de publicitar todas as competências pessoais e profissionais. Mas cuidado com aquilo que torna público, porque nunca mais vai deixar de o ser.
Em meados de 2003, nasceu o LinkedIn que é, actualmente, a maior rede de contactos profissionais do mundo. Esta rede permite aos utilizadores terem um perfil semelhante a um currículo, onde além das informações académicas e profissionais é possível divulgar recomendações de outras pessoas. "O LinkedIn é a rede profissional onde todos os jovens deveriam estar presentes de forma activa, com um perfil actualizado e cuidado", explica Álvaro Fernández, director-geral da Michael Page, empresa especialista em recrutamento e selecção de quadros médios e superiores, em Portugal.
Ainda que esta seja a rede social com fins profissionais mais conhecida, existem outras. O Xing foi criado na Alemanha e tem também o objectivo de divulgar um perfil profissional que pode ser encontrado por recrutadores de colaboradores. Outra é a Bayt, que anuncia oportunidades de emprego na região do Golfo Pérsico e Médio Oriente. Esta rede social tem, no entanto, uma característica diferenciadora: permite incorporar directamente do YouTube um currículo em vídeo.
As redes sociais proporcionam uma fonte rica de contactos profissionais, ao mesmo tempo que permitem publicitar todas as competências pessoais e profissionais. Por isso, estar presente em algumas delas pode ser importante.
Com as redes sociais é "possível não só receber as candidaturas de profissionais de todo o mundo, mas, além disso, ter a capacidade de chegar de forma proactiva a um grande número de profissionais e à informação que estes disponibilizam", sublinha o responsável da Michael Page.
Mas, "não basta ter um currículo brilhante, ter frequentado as melhoras escolas, ter tido um percurso profissional exemplar, ter excelentes recomendações", sublinhou a consultora RHMais.
"A maneira como publica informações a seu respeito (humildade), o bom senso com que interage com os outros (amigos, familiares, colegas de faculdade, colegas de trabalho), a sua fotografia do perfil, são aspectos essenciais na avaliação de um candidato", conclui. Até porque, "o que colocamos na Internet torna-se automaticamente público e ‘eterno’", remata Álvaro Fernández.