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O dilema da Apple: subir o preço do iPhone ou reduzir margens

A guerra comercial entre os EUA e a China vai afetar empresas como a Apple, que tem agora de decidir se aumenta o preço dos seus produtos - cujos valores já são altos - ou se reduz as suas margens operacionais.

Reuters
18 de Maio de 2019 às 12:00
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Durante mais de um ano, a Apple conseguiu evitar grandes prejuízos com a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, em parte graças a uma estratégia do presidente da empresa, Tim Cook, para conquistar a Casa Branca. Mas agora a Apple enfrenta o seu primeiro grande golpe - de ambos os lados da disputa.

 

Uma nova ronda de tarifas impostas pelos EUA atinge produtos como telemóveis. Isto significa que o iPhone, o produto mais importante da Apple, fabricado quase inteiramente na China, pode ser taxado com um imposto de importação de 25%. Outros produtos da lista também afetariam a Apple, como computadores portáteis e tablets.

 

A escalada da guerra comercial cria um difícil dilema para a empresa: aumentar os preços de produtos que já são caros e correr o risco de reduzir as vendas, ou absorver o custo extra e sacrificar o lucro.

 

Existe um "risco muito real de maiores custos de importação e/ou destruição da procura de consumidores dos EUA, dependendo da decisão da Apple de passar ou não parte do custo tarifário", escreveu Krish Sankar, analista da Cowen, num relatório enviado na terça-feira a investidores. "Como a maioria dos produtos de hardware da Apple, que incluem os sistemas iPhone, iPad, Watch e Mac, é montada e importada da China, o risco para os ganhos pode ser bastante substancial."

 

O iPhone foi responsável por 63% das vendas em 2018 e serve como foco de receita adicional com serviços e dispositivos relacionados, como o Apple Watch. Os iPhones mais novos custam entre 750 e 1.450 dólares, portanto, qualquer aumento de preço pode deixar os telemóveis fora dos orçamentos de outros consumidores.

 

Ainda assim, a Apple tem experiência em absorver custos extras. Quando as moedas oscilam, a empresa consegue proteger as suas margens brutas de lucro, realçou Shannon Cross, da Cross Research.

 

A Apple também poderá contornar a questão tarifária. Existe a possibilidade de a empresa reorganizar a sua cadeia de suprimentos para fabricar mais produtos fora da China. A Apple está a aumentar a produção na Índia para evitar impostos locais e desenvolveu uma estratégia semelhante com a Foxconn no Brasil.

 

(Texto original: Apple's Tariff Tradeoff: Raise Phone Prices or Suffer Margin Hit)

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