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Novabase está a fazer "reflexão estratégica profunda sobre o futuro"
No dia em que anunciou os resultados de 2018, o CEO da Novabase diz que está a ser efetuada “uma reflexão estratégica profunda sobre o futuro da empresa”.
A Novabase, uma das maiores empresas de tecnologias de capital português, poderá estar prestes a ser alvo de alterações significativas. É pelo menos isto que se depreende da declaração que consta na apresentação de resultados da cotada.
"No momento em que comunicamos este conjunto de resultados, a comissão executiva e o conselho de administração da Novabase estão a concretizar uma reflexão estratégica profunda sobre o futuro da empresa, que oportunamente será objeto de comunicação ao mercado".
Esta frase é escrita pelo CEO da Novabase, João Nuno da Silva Bento, na mensagem que consta na apresentação de resultados de 2018. Uma declaração no mesmo sentido consta no mesmo comunicado: "a Novabase está neste momento a concluir um período de reflexão estratégica, e oportunamente serão divulgadas as principais linhas de orientação ao mercado".
Mas nada mais é dito sobre este assunto, nem que tipo de reflexão está a ser feita. Ou seja, não se percebe se estas mudanças que se avizinham estão relacionadas com a atividade da companhia, novas áreas de negócio, estrutura acionista ou envolvimento em operações de fusões e aquisições.
Certo é que se a Novabase avançar para uma alteração profunda, tal terá que ter a aprovação dos principais acionistas, que são também gestores da empresa e integram a comissão executiva e o conselho de administração.
O núcleo controlador de acionistas da Novabase detém cerca de 40% do capital da tecnológica e o novo acordo parassocial que foi assinado em 2017 por estes acionistas diz que estes têm de votar no mesmo sentido nas assembleias-gerais da empresa em matérias como os dividendos, remunerações e prémios de gestão dos órgãos sociais, aumentos e reduções de capital, supressão do direito de preferência em aumentos de capital, composição dos órgãos sociais, fusão ou cisão da Novabase e em qualquer alteração dos estatutos.
Este núcleo acionista é composto por José Oom Ferreira de Sousa, Luís Paulo Salvado (chairman), Álvaro da Silva Ferreira, Pedro Marques de Carvalho e João Nuno da Silva Bento (CEO). Rogério Carapuça, que foi durante muitos anos presidente da empresa, deixou de ser parte do acordo.
Foi no âmbito da renovação do acordo parassocial, que vigora até 2021, que foi deliberado há dois anos alterar o 'governance' da Novabase, criando um conselho de administração (que é agora liderado pelo então CEO Luís Salvado) e uma comissão executiva.
João da Silva Bento, na mensagem que acompanha os resultados, destaca que "os resultados de 2018 ficaram acima das nossas estimativas" e que a empresa "continua a deter um balanço muito robusto, que permite manter em aberto várias opções estratégicas".
A Novabase fechou o exercício de 2018 com um resultado líquido de 4,737 milhões de euros, em linha com o registado em 2017 (4,774 milhões de euros), que será quase todo entregue aos acionistas na forma de pagamento de dividendos.
Nas perspetivas para 2019 que acompanha a apresentação de resultados, a Novabase não avança com estimativas de resultados e salienta que em 2018 "reafirmou a prioridade da adaptação do negócio, principalmente em relação aos investimentos para potenciar as competências nas áreas de maior qualidade e sustentabilidade".