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Mersch: Europa deve ignorar “promessas traiçoeiras” da Libra do Facebook
Membro do Banco Central Europeu disse nesta segunda-feira, dia 2 de setembro, que a Zona Euro deve ignorar a moeda proposta por Mark Zuckerberg, uma vez que reduz o controlo do BCE sobre a política monetária.
A Libra, moeda digital do Facebook, pode diminuir a capacidade de o Banco Central Europeu definir a política monetária para a região, disse Yves Mersch, membro do banco central, à Reuters. Adiantou que a Europa deve ignorar as "promessas traiçoeiras" da moeda.
"Dependendo do nível de aceitação da Libra, ela poderá reduzir o controlo do BCE sobre o euro, prejudicar o mecanismo de transmissão da política monetária, afetando a posição de liquidez dos bancos da Zona Euro, e afetar a economia da moeda única", adiantou Mersch.
A moeda, cujo lançamento está programado para o próximo ano, foi pensada "pelas mesmas pessoas que tiveram que se explicar diante dos legisladores dos EUA e da União Europeia sobre as ameaças às nossas democracias devido ao tratamento de dados pessoais nas suas redes sociais", disse Mersch.
"Espero sinceramente que a Europa não fique tentada a deixar para trás a segurança e a solidez dos canais de pagamento estabelecidos em troca promessas traiçoeiras do Facebook", disse.
O projeto da moeda digital do Facebook anunciado por Mark Zuckerberg, um dos fundadores da rede social, em junho deste ano, está a ser escrutinado pelas entidades que vigiam a concorrência na União Europeia, segundo a Bloomberg. Os reguladores estão neste momento a "investigar um comportamento potencial de anticoncorrência" da Libra.
A autoridade adiantou que a Libra representa um potencial desafio que os reguladores monetários nunca enfrentaram, uma vez que não conseguiriam nem controlar, nem gerir a moeda digital. O Facebook prometeu colmatar as falhas antes de lançar a Libra - um processo que se poderá arrastar durante muito tempo.