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Jovens do Porto fazem jogos para casinos e vídeo para Trump
A FMQ desenvolve software para as "slot machines" instaladas nas salas de jogo de vários países. Até no México, onde os clientes "pagam a tempo" desde que não seja um muro. Veja o vídeo de paródia ao presidente dos EUA.
É a partir de um escritório no Edifício Burgo, projectado por Eduardo Souto Moura para marcar a paisagem na portuense Avenida da Boavista, que uma pequena empresa portuguesa de software desenvolve jogos para as "slots machines" espalhadas por casinos nos quatro cantos do mundo.
Fundada em Fevereiro de 2010, apenas alguns dias depois de a Apple lançar o primeiro iPad, a FMQ especializou-se na área dos jogos electrónicos e tem como clientes os operadores das máquinas, a quem assegura desde a engenharia ao grafismo, passando pelas músicas e pela manutenção nas salas de jogos.
"Fazemos a identificação de necessidades nos mercados em que actuam, desenvolvemos os jogos em parceria com as equipas deles, damos apoio técnico e acompanhamos o processo de entrada em produção e o suporte pós-operação. Temos poucos clientes, mas são de volume grande e fortes no mercado", resumiu ao Negócios o CEO da Fabamaq, Nuno Gonçalinho.
Com vendas realizadas na íntegra fora de Portugal – e cujo valor o gestor não quis detalhar –, os seus jogos não se encontram em nenhum casino português. Espanha é o local mais próximo onde podem ser experimentados, mas os destinos de maior relevo estão na América Central e sobretudo na Ásia, onde em 2016 foram instaladas cinco mil máquinas novas com software desenvolvido na cidade Invicta.
Filipinas, Camboja e México são alguns dos mercados para onde trabalha a equipa de "gaming" composta por quase uma centena de pessoas com "espírito jovem" e que tem a "criatividade como um dos pontos fortes". E foi para "dar a conhecer também a [sua] identidade, que foge um bocadinho à da empresa tradicional" que a FMQ publicou um vídeo de paródia a Donald Trump, semelhante ao que surgiu em vários países depois da tomada de posse da nova administração americana.
Embora Nuno Gonçalinho descreva a iniciativa como "um contributo para essa brincadeira" e garanta que "não pretende transmitir nenhuma mensagem política", neste vídeo aproveita para reclamar que a sua equipa tem mais mulheres do que todo o Executivo Trump ou para ironizar que os clientes mexicanos "pagam a tempo – só não espere que eles paguem pelo seu famoso muro".