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Governo sem conhecimento de "impactos" do ciberataque em Portugal

Até ao momento, não há conhecimento de que os ciberataques detectados na Ucrânia tenham tido impacto em Portugal. O Centro Nacional de Cibersegurança pediu à rede nacional que se preparasse e reforçasse a vigilância para o caso de o ataque atingir Portugal.

27 de Junho de 2017 às 17:57
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O Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) não detectou, até às 17:00 desta terça-feira, que o ciberataque de larga escala que está em curso na Europa tenha tido efeitos em Portugal. 

Num comunicado, este organismo refere que "não foi ainda distribuída informação fiável sobre o que está a ocorrer" e que 
tomou conhecimento da situação "por volta das 15:00 (....) através de fontes abertas.


No seguimento da constatação, o CNCS "alertou, de imediato" a rede nacional de equipas de resposta a incidentes de segurança informática para o problema, recomendando que se preparassem e mantivessem "vigilância reforçada" para o caso do ataque atingir as redes nacionais. 

"O CNCS vai manter-se atento a este problema e continuará a divulgar a informação que considere relevante," conclui o comunicado.

Contactada pelo Negócios, a EDP, um dos alvos dos ataques de Maio, diz estar "a avaliar a situação". O Negócios contactou ainda a REN e a PT, cujos sistemas também foram impactados há dois meses, mas até ao momento não obteve resposta.

Ao Público, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde anunciaram que o Serviço Nacional de Saúde vai desligar os serviços de e-mail e de internet a partir das 18:30 como medida de precaução.

Da Ucrânia para a Rússia e depois a outros países europeus

Os primeiros alvos do ataque foram empresas e serviços financeiros e governamentais ucranianos, tendo depois os efeitos abrangido também companhias russas do sector energético e da banca. 

Em causa estará, segundo a agência de informação tecnológica suíça MELANI, o software Petya, que explora vulnerabilidades dos sistemas de e-mail e, uma vez instalado, bloqueia os sistemas e exige o pagamento de um resgate para reactivá-los, refere a Reuters.

O banco Oschadbank, as eléctricas Ukrenergo e Kyivenergo, o sistema informático do Governo, a estação de televisão Canal 24, o fabricante de aviões Antonov, o grossista alemão Metro ou a gestora do aeroporto de Boryspil, na capital Kiev, estão entre os alvos na Ucrânia

Nas horas que se seguiram há relatos de que a intrusão terá sido detectada em grandes empresas presentes em Espanha, França, Países Baixos, Reino Unido, Dinamarca e Noruega.

Na Rússia a Rosneft e a Bashneft também foram atingidas, tal como o banco Cenbank. 

A transportadora dinamarquesa Maersk, a agência de publicidade WPP no Reino Unido, a alimentar Mondélez ou a farmacêutica Merck em Espanha e a rede de escritórios de advogados DLA Piper também foram alvo.

A Metro, dona de marcas como a Makro, também terá visto a sua operação perturbada pelo incidente, mas sem impacto em Portugal: "A Makro Portugal não foi alvo do ciberataque ocorrido a nível internacional esta terça-feira. Todos os sistemas informáticos da empresa, quer a nível central como nas suas lojas encontram-se em normal funcionamento, sem nenhuma restrição," disse ao Negócios fonte oficial da empresa. 

As autoridades da Ucrânia dizem tratar-se de uma nova versão do WannaCry, que afectou vários países em Maio, nomeadamente Portugal. O secretário do conselho de segurança do país, Oleksandr Turchynov, já apontou o dedo a Moscovo, indicando que "é possível falar de impressões digitais russas" neste incidente.

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