Em vez de um "smartphone", aquela camisola de lã habitual ou um "brinquedo" menos "hi tech" para brincar. É possível que a curva da procura e da oferta não se cruze na perfeição, novamente, este Natal, a tomar como certas as perspectivas da consultora Deloitte, com base nas vontades, de oferecer e de receber, transmitidas pelos portugueses.

Não é isso que, contudo, demove a confiança dos retalhistas, a apostarem tudo nesta altura, em que o sector alimentar tenta "salvar" as suas contas num ano que teve tudo para prolongar o negativismo de 2012. A distribuição especializada, contudo, sabe que os portugueses não conseguem resistir a uma nova "geringonça", seja um "telefone inteligente", seja uma nova consola de jogos, como a que será lançada amanhã. A "Black Friday", longe (ainda?) da euforia dos EUA, poderá dar um tom um pouco menos "negro" ao resto da quadra natalícia.

Continente

"Este Natal irá superar as nossas expectativas"

"Pelo crescimento de vendas que obtivemos em acções marcantes", assinala fonte oficial da Continente MC, área alimentar do retalho da Sonae em Portugal, "estamos confiantes de que este Natal irá superar as nossas expectativas, fixando as vendas em valores superiores a 2012". E irá o Natal conseguir consolidar o balanço do ano em saldo positivo? "É expectável que no final da campanha se consiga ficar em linha com os valores do ano anterior face às campanhas promocionais deste Natal", responde. Reconhece contudo que "face à situação económica actual é natural que se verifique um abrandamento nas vendas, em especial no mercado dos brinquedos". Fonte oficial da companhia que gere a maior rede de hipermercados do País recorda que "de todos os meses do ano, este período é o que regista um maior volume de vendas e um maior movimento nas lojas". No caso dos brinquedos, o Natal representa "cerca de 60% das vendas" anuais.

193 lojas

'Época alta' dos brinquedos
Uma maioria de 60% das vendas anuais de brinquedos faz-se no Natal. A Continente MC tem 40 hipermercados, 119 Continente Modelo e 34 Continente Bom Dia.

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Worten

"Esperamos conseguir recuperar alguma margem"

"Embora a crise continue presente na nossa área de negócio", defende Nuno Nascimento Rodrigues, director de marketing da Worten Portugal, "esperamos conseguir recuperar alguma margem em termos de vendas neste Natal".

A convicção é baseada nos "indicadores mais imediatos", aportados pelas "vendas diárias registadas" na rede de lojas da marca especializada da Sonae no País, e aponta sobretudo para as novidades que vão surgir dentro em breve no mercado. "O lançamento de novas consolas, como é o caso da PS4, na próxima sexta-feira, é sempre um bom argumento de vendas", acredita Nuno Nascimento Rodrigues.

Isto, "na medida em que estamos a falar de um 'target' muito específico e fiel, que gosta de acompanhar as tendências na área do 'gaming'". A retalhista, que não tem nada previsto especificamente para a "Black Friday", vai contudo fazer na véspera uma acção promocional para os novos lançamentos.

180 lojas

Tecnologia ao ataque
"O entretenimento (consolas, jogos) e a informática (tablets, portáteis) são sempre áreas muito fortes", também no Natal. Os "smartphones" têm uma importância cada vez maior.

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Toys 'r' us

"As vendas são salvas todos os dias do ano"

Na rede de lojas de origem norte-americana a quadra vai começar já na sexta-feira, à conta da denominada "Black Friday", a 29 de Novembro. A retalhista está a fazer uma campanha promocional específica, iniciada a 25 de Novembro e que terminará a 1 de Dezembro. Já para o Natal de 2013, afirma Ricardo Quiroga, director de marketing para o mercado ibérico do grupo de retalho: "As expectativas são optimistas e esperamos melhorar em vendas, relativamente ao ano passado". "O balanço é claramente positivo", continua, "embora se tenha detectado uma contracção no mercado, fruto da conjuntura económica vivida em Portugal", admite. Sobre se o próximo mês dará para recuperar o resto do ano, Ricardo Quiroga tem uma resposta diferente dos rivais: embora seja "evidente que a época de Natal faz aumentar a facturação", defende que "as vendas são salvas todos os dias do ano", "os pais não deixam de comprar brinquedos", e "apesar das dificuldades, tentam realizar os sonhos das crianças".

10 lojas

Brinquedos dominam
Com mais procura estão "as bonecas, as figuras de acção e as construções", mas têm sido procurados "novas consolas de jogos e jogos lançados este ano".

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PromoFans

"Natal terá performance positiva"

Os responsáveis da PromoFans, plataforma tecnológica onde os retalhistas de 20 centros comerciais em Portugal e oito "shoppings" em Espanha da Sonae Sierra tem um canal on-line de aproximação ao público, estão optimistas. "Acreditamos que este Natal terá uma performance positiva, em termos do sentimento generalizado de confiança que os nossos lojistas têm partilhado", responde Joana Moura e Castro, directora de marketing da Sonae Sierra em Portugal. "No Natal", continua, "a tendência é que as vendas aumentem, tendo em conta a maior dinâmica comercial que se verifica nesta época por parte dos lojistas". Mas reconhece: "Temos vindo a assistir a um abrandamento económico que tem um impacto no sector do retalho e uma óbvia repercussão ao nível do consumo das famílias". Para a "Black Friday" não está prevista nenhuma acção, mas o canal terá a campanha PromoFans X2 de 6 a 8 de Dezembro, transversal a todos os retalhistas aderentes.

600

Confiança generalizada
Os 600 lojistas registados na plataforma PromoFans transmitiram um "sentimento generalizado de confiança" para este Natal aos seus responsáveis.

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Deloitte

Gasto médio será de 114 euros em presentes

Menos do que no ano passado e em menos pessoas - foi a resposta que os portugueses deram à consultora Deloitte quando inquiridos para o Estudo de Natal relativo às perspectivas para o Natal. O inquérito, que teve lugar via telefónica a 500 pessoas, entre 3 e 5 de Outubro, em vésperas de apresentação do Orçamento do Estado para 2014, aponta para um gasto médio de 114 euros em presentes para este Natal. São menos 12 euros do que o ano passado, e menos 78 euros do que em igual período de 2011. Curiosamente, porque o número de pessoas a quem os inquiridos tencionam comprar prendas também diminuiu, o valor per capita subiu face ao ano passado. Ou seja, 29 euros em prendas para quatro pessoas em 2013, em vez de 25 euros para cinco em 2012. De acordo com os dados, também aqui, a oferta não vai coincidir com a procura. É que a categoria mais desejada face a 2012 é um "smartphone", mas o mais provável é receber vestuário ou brinquedos.

12 euros

Gasto médio em prendas
Vai diminuir a despesa natalícia em 2013, para 114 euros em quatro prendas. Os 32 euros para seis pessoas de 2011 ainda estão longe de voltar a acontecer.