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Facebook anuncia criação de uma nova criptomoeda

O anúncio, que há muito era esperado, finalmente aconteceu: o Facebook , aliado a várias outras empresas, vai lançar uma moeda virtual. Entre os fundadores, está a portuguesa Farfetch.

18 de Junho de 2019 às 11:05
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A empresa norte-americana Facebook e outras 27 organizações anunciaram esta terça-feira, 18 de junho, a criação de uma nova cripto-moeda que pode servir para transações entre particulares e estabelecimentos e que vai estar integrada nas plataformas digitais WhatsApp e Messenger.

 

A nova cripto-moeda vai chamar-se Libra, de acordo com o anúncio formal do grupo de empresas liderado pelo Facebook, nos Estados Unidos.

 

"A ideia é simplificar o mais possível as transações financeiras para todas as pessoas do mundo, onde quer que vivam, tenham ou não uma conta bancária", disseram fontes do Facebook. A Libra tem como base de funcionamento a tecnologia de "blockchain".

 

Há vários dias que se especulava acerca do anúncio da criação da nova cripto-moeda. Com este, vem a clarificação de que a "Libra" não vai depender diretamente da empresa do norte-americano Mark Zuckerberg. A cripto-moeda vai ser gerida, de acordo com o plano anunciado, por um consórcio de empresas agrupadas sob a direção da Associação Libra, com sede em Genebra, Suíça. 

 

As empresas que são designadas como "membros fundadores" incluem o Facebook, Visa, Mastercard, Vodafone, Paypal, eBay, Spotify, Uber, Lyft, Booking Holdings (proprietária da Booking.com, Priceline.com e Kayak.com), a firma argentina de comércio eletrónico Comércio Libre mas também uma empresa portuguesa: a Farfetch, tal como foi avançado pelo Eco.

 

"Para que uma divisa global tenha êxito não pode estar sob o controlo de apenas uma entidade, e muito menos por uma entidade comercial como o Facebook, que vai ter voz na associação assim como todos os outros membros. Nem mais nem menos", disseram as fontes da rede social.

Acima da Libra, a Calibra

 

Para levar a cabo a integração da cripto-moeda nos serviços das várias empresas envolvidas, a firma Menlo Park, com sede na Califórnia, Estados Unidos, vai criar uma subsidiária financeira, a Calibra, a qual vai depender apenas da empresa Facebook. 

 

O primeiro produto da Calibra vai ser uma carteira digital para cripto-moedas Libra acessível inicialmente através das plataformas digitais WhatsApp e Messenger e que são propriedade do Facebook. Fontes da empresa de Zuckerberg referem que o plano prevê aplicar no futuro o mesmo serviço no portal Facebook e na rede social Instagram.

 

A carteira, que também vai ter uma aplicação independente para sistemas operativos Android e iOs, deve começar a funcionar em 2020. "Quanto antes, melhor", disseram as mesmas fontes.

Facebook acalma receios com proteção de dados

 

Perante os escândalos relacionados com questões de privacidade e gestão de dados dos utilizadores que atingiram a empresa Facebook nos últimos meses, a companhia garante que a Calibra não vai partilhar informação com a rede social (Facebook) nem com terceiros, "sem consentimento do cliente".

 

Assim, segundo a empresa, as transações efetuadas através da Calibra não vão influenciar a publicação de anúncios na página da rede social de cada utilizador, a não ser que seja permitido pelo próprio. 

 

Os dados financeiros podem vir a ser partilhados com terceiros, mas apenas em situações de conformidade com a legislação de cada país, proteção de contas dos clientes perante possíveis fraudes, permitir o processamento de pagamentos ou evitar a delinquência.  

Volatilidade controlada

 

Segundo o projeto, a Libra vai contar com uma reserva de depósitos bancários e dívida soberana de vários países e que vão fixar o valor da divisa e reduzir a volatilidade, ao contrário do que acontece com a Bitcoin, a cripto-moeda mais popular atualmente no mercado.

 

"A Bitcoin é muito volátil, o que faz com que seja perfeita para pessoas que a querem utilizar como investimento, mas nós queremos uma divisa de baixa volatilidade e que as pessoas possam utilizar todos os dias", acrescentam as mesmas fontes da empresa Facebook.

 

A "ideia" é a de que ao receber um pagamento em Libra, os utilizadores possam decidir se mantêm o valor da cripto-moeda ou se fazem o câmbio na divisa doméstica (de acordo com a conversão) ou se transferem o valor para um banco local.  

 

Fontes consultadas pela agência espanhola Efe, referem que a Associação Libra "não vai definir uma política monetária" e que "apesar de funcionar como um banco central" vai apenas interferir na quantidade de Libra em circulação tendo em conta a procura.

 

Para aumentar o número de Libra, em caso de aumento da procura, vão ser permitidos "revendedores autorizados" pela associação com sede em Genebra e que devem depositar em reserva um valor equivalente noutras divisas à quantidade que se pretende "imprimir". O processo contrário pode também ocorrer no caso de serem retiradas moedas de circulação.

As empresas fundadoras e parceiras na criação da Libra 

* Andreessen Horowitz
* Anchorage
* Bison Trails
* Booking Holdings Inc.
* Breakthrough Initiatives
* Facebook’s Calibra
* Coinbase Inc.
* EBay Inc.
* Farfetch Ltd.
* Iliad SA’s Free
* Lyft Inc.
* Mastercard
* MercadoLibre Inc.’s Mercado Pago
* PayPal
* Naspers Ltd.’s PayU
* Ribbit Capital
* Spotify Technology SA
* Stripe Inc.
* Thrive Capital
* Union Square Ventures
* Uber
* Visa
* Vodafone Group
* Xapo
* Creative Destructive Lab
* Kiva
* Mercy Corps
* Women’s World Banking

Fonte: Bloomberg



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