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'Designer' da King diz que Portugal é "realmente um bom lugar" para investir

O 'designer' de videojogos da empresa britânica King afirmou que Portugal é "realmente um bom lugar" para se investir e admite contratar talento português no maior evento para criadores de videojogos, que decorrerá em Lisboa no sábado.

Bloomberg
11 de Setembro de 2015 às 18:03
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Nas vésperas do maior evento alguma vez realizado em Portugal para criadores de videojogos, o Game Dev Camp, Matthew Buxton, 'designer' da empresa responsável por sucessos como 'Candy Crush Saga' afirma: "Pessoalmente, se eu fizesse uma empresa de jogos era aqui que a faria".

 

"A indústria dos videojogos é muito séria e Portugal poderá desenvolvê-la incrivelmente bem se abraçar esse desafio. Considero que existem várias oportunidades e que Portugal seria um bom lugar para qualquer empresa do sector fazer negócios", disse Matthew Buxton, destacando que a indústria dos videojogos "está realmente a crescer" no país.

 

No topo das expectativas quanto ao Game Dev Camp, Matthew Buxton coloca a possibilidade de conhecer a indústria portuguesa e, quem sabe, mesmo a contratação de novos e portugueses talentosos para a King.

 

"Vai ser muito bom conhecer mais talento em Portugal. Penso que a indústria portuguesa está cada vez mais a atrair atenção e a ser percepcionada. Apesar de esta indústria ainda ser relativamente pequena, é muito bom ver estas pessoas", afirmou.

 

O 'designer' de videojogos contou que conhece uma série de pessoas que não entendem necessariamente a razão da existência deste sector ou não vêem nessa indústria uma carreira particularmente valiosa, como a de um médico, de um advogado ou de um dentista, mas sublinhou: "Toda a gente precisa de jogar, precisa de 'media', de ver coisas e aproveitar a vida. Há uma boa cultura em Portugal e eu acho que os jogos poderiam ser algo pelo qual Portugal poderia tornar-se famoso".

 

Matthew Buxton falou também da intervenção que vai fazer no Game Dev Camp, onde é orador, adiantando que abordará as questões que facilitam a vida a um 'designer' de videojogos (desenho da parte mecânica do jogo).

 

"Vou focar-me em como se pode fazer com que a quantidade de decisões que têm de ser tomadas seja menor e em como se deve ter o enfoque em jogos mais pequenos. Jogos mais pequenos são mais fáceis de fazer. O meu princípio é: os jogos são como o café e os portugueses deviam ser como uma 'bica' em vez de um 'Starbucks latte'", comparou.

 

Questionado sobre o futuro, o 'designer' adiantou que "será definitivamente computorizado e relacionado com código, pelo que deixa um conselho a Portugal.

 

"Recomendaria a qualquer português que aprenda o código ou que vá para os videojogos, porque esta é uma indústria que ainda vai ter um grande crescimento", disse.

 

A Microsoft acolhe no sábado em Lisboa o maior evento alguma vez realizado em Portugal para criadores de videojogos, o Game Dev Camp, onde estarão 450 participantes de todos os sectores da indústria e mais de 75 projectos nacionais.

 

Segundo informação da Microsoft em Portugal, o evento, que realiza agora a sua segunda edição, "está, uma vez mais, esgotado" e conta com cerca de 450 participantes de estúdios, escolas, 'media' e 'youtubers', a nível nacional e internacional, e mais de 30 oradores, dos quais 40% são internacionais.

 

De acordo com dados do 'site' Statista, sobre o crescimento dos videojogos móveis em Portugal, as receitas estimadas para 2015 rondam os 27,8 milhões de dólares (cerca de 24,5 milhões de euros), valor que aumentará para 33 milhões de dólares (cerca de 29 milhões de euros) no próximo ano e para 40 milhões de dólares (35 milhões de euros) em 2020. A taxa de crescimento ronda os 7,38%.

 

É difícil saber precisamente quanto vale a indústria em Portugal, mas supõe-se que no total os valores ultrapassem os 7 dígitos.

 

Centenas de jogos desenvolvidos em Portugal estão já publicados nas lojas 'mobile', 16 jogos portugueses estão publicados e autorizados na plataforma 'Steam', uma das principais plataformas para distribuição de jogos em PC, e, para já, somente 7 jogos portugueses foram publicados em consolas, todos neste milénio, segundo dados do historiador de videojogos Ivan Barroso.

 

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